3 - Nightmare

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O fim de semana foi bom, Dustin ficou me fazendo companhia o tempo inteiro. Acho que ele realmente está preocupado comigo. Assistimos todos os filmes que alugamos, jogamos alguns jogos e agora, domingo de noite, decidimos fazer comida mexicana para nós e a mamãe.

Saí da porta de casa com Dustin atrás de mim. Estávamos indo ao mercado comprar as coisas, mas quando vou dar partida no carro, ele começa a fazer barulhos estranhos e o motor morre. Dustin e eu nos olhamos assustados. Tanto dar partida de novo, mas dessa vez ele não faz um barulho sequer.

"Não acredito. Liga, porcaria!!" digo batendo no volante.

"Acho que isso não vai fazer ele funcionar." Dustin me olhou e eu bufo revirando os olhos para ele.

"Droga! E agora?" saímos do carro e voltamos pra casa, fazendo mamãe nos olhar assustada.

"O que aconteceu? Que caras são essas? Vocês não iam ao mercado?" pergunta preocupada.

"O carro da (S/N), foi pro beleléu!" Dustin é péssimo para dar notícias ruins.

"Ele não tá ligando, não sei o que deu."

"Amanhã vou chamar o mecânico para dar uma olhada. Pode usar meu carro pra ir no mercado hoje, mas amanhã terão que ir a pé pro colégio."

Ótimo, que droga! Depois que você se acostuma a ir para os lugares de carro, é difícil voltar a gostar de andar a pé. Dustin e eu saímos novamente de casa, dessa vez com o carro da mamãe.

Andando pelos corredores do mercado para pegar as coisas, Dustin se vira para mim e fala, "Mas nem a pau que vou andar até o colégio amanhã, nossa casa é muito longe. Vou de bike!"

"Obrigada por pensar em mim, maninho. Vai me deixar ir sozinha pro colégio?". Faço cara de pena para ele, quando ele abre a boca pra falar algo eu o corto. "Nem pense em me oferecer carona na garupa da sua bicicleta!"

"Na verdade eu ia dizer que vou ligar pro Steve dar carona pra gente, então." fala disfarçando. Com certeza ele ia me oferecer carona na garupa. Como se eu não o conhecesse.

"Boa ideia! Faça isso então."

~~~

O jantar foi bom, deixamos mamãe descansando enquanto Dustin e eu fizemos a comida. Jantamos na sala enquanto reassistiamos um dos filmes que alugamos.

Foi um bom momento em família, nós três ali reunidos, passando um tempo juntos. Até consegui me distrair um pouco antes que a ansiedade, de saber que já estaria na hora de dormir, me consumisse.

Quando demos boa noite e fomos cada um para o seu quarto, decidi tomar um banho bem longo. Acho que hoje será mais fácil dormir, talvez. Coloquei meu pijama e fui para a cama.

Estou deitada olhando pro teto, esperando o sono aparecer. E em algum momento ele veio, pois lá estava eu no meu "querido" pesadelo...

"BETH!!! ACORDA!!!" grito sentindo minha garganta arranhar.

Seguro o corpo ensanguentado e sem vida da minha melhor amiga. Sinto meu rosto encharcado de lágrimas e soluços escapavam da minha boca.

E agora vem a pior parte desse pesadelo. Beth abre os olhos, mas eles estão tão escuros e sombrios com ela me olha com desprezo.

"Isso é tudo culpa sua! Minha morte é culpa sua!" ela grita para mim, mas a voz que sai dela é obscura e distorcida.

Ela se levanta e vem em minha direção com as mãos estendidas. Eu não consigo me mover, e o sentimento de culpa me preenche por completo. Suas mãos agarram meu pescoço e começam a apertá-lo.

Upside Down - Eddie MunsonOnde histórias criam vida. Descubra agora