Anubis

Cap 8.- Uma grande torre.

"Quando a torre desmoronar
Eu tenho medo de me transformar em ruínas
Então que tal eu construir uma cerca em volta de mim?
Para que possa ficar erguido como eu imagino
Essas coisas que ainda nem aconteceram...
Estou segurando as pontas
Mas você não vai olhar para mim como antes
Você não pensa no nosso amor'.(Jenga - Heize)

Depois de algumas semanas na vila Gandharva, Tighnari já estava familiarizado. Todos se davam muito bem, era um hambiente formidável.

Todos ficaram encantados com os relatos sobre como Tighnari acabou com o definhamento praticamente sozinho, logo ele era um patrulheiro prodígio, Nari também desenvolveu um fascínio sobre medicamentos.  Ele aprendeu muito sobre várias doenças não relatadas nos arquivos, novas espécies de plantas e animais.

Ele quase conseguia esquecer de Cyno por alguns momentos. A vontade visitá-lo era enorme, mas se Cyno quisesse, já teria feito.

Agora ele não era mais aquele garoto medroso da academia, ele não tinha que fingir que se importava com eventos e palestras com roteiro pronto.

Todo o conhecimento que ele almejava e sem limites estava em sua frente, ele até mesmo desenvolveu suas habilidades com arco. Sua energia elemental também foi aprimorada, ele conseguia até florescer plantas que não mostravam traços de vida.

Ele realmente mudou, ele não tinha mais medo de estar sozinho, mas ele tinha a opção de não estar.

Durante uma de suas patrulhas de rotina, ele montou um pequeno acampamento em um ponto bem localizado. Certamente ele conseguiria ver as estrelas quando a noite caísse.

  Nos últimos dias, na verdade, nos últimos meses, Tighnari havia aprendido tantas coisas, mas o sentimento de que algo estava faltando não parava de incomodá-lo.

Ele queria falar com seu amigo novamente, não ligava se ele tivesse escondido algumas coisas, amigos fazem isso, não é

A noite cai finalmente.

Desviando de seus pensamentos, Nari viu uma claridade nas proximidades da montanha que ele montou acampamento.

Não poderia ser um patrulheiro, eles mapeavam as áreas para decidir quem ficava com tal parte.

Suas orelhas conseguiam captar os passos, os galhos quebrando.

Um nervosismo ocupou os sentimentos de culpa e saudade.

Ele lentamente se aproximou, descendo e se escondendo atrás de pedras e árvores.

Quando mais perto ele chegava, mais estranho a situação fivava. Aquela pessoa carregava uma tocha e usava um capuz preto.

Ele pensou em pegar seu arco, mas era tarde. Já tinham notado sua presença.

Muitos palavrões passaram pela mente de Tighnari quando aquele ser encapuzado se virou. Nari começou a correr sem direção certa.

Quem andaria a essa hora na floresta? De capuz e com uma tocha!?!?

  Tighnari continuou correndo sem olhar para trás, ele não queria morrer a essa altura.

Mesmo que ele andasse meio sentimental e depressivo, quem gostaria de morrer no meio da floresta!?

Depois de alguns minutos fugindo, Tighnari notou que não havia mais ninguém atrás dele. Ele se escondeu atrás de uma grande árvore.

— DA PRA PARAR DE CORRER!?.- Uma voz familiar saiu dentre os galhos.

Tighnari quase que imediatamente desmaiou.