6- Novos planos

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– Eu ainda não entendi quem é esse Herbeck de quem vocês tanto falam.

– Joanie! – Luckas pediu.

– Foi só uma pergunta! – ela se defendeu.

– Eu sei! E Cole e Lili já concordaram que, desta vez, todo mundo vai ficar por dentro dos acontecimentos… Mas a irmã dele já está chegando. Vamos segurar as perguntas por alguns minutos para que ele não precise explicar tudo duas vezes, sim?

– A gente já esperou quase um dia inteiro! Pode ser que ela entenda essa parte bem rápido – Joanie reclamou, torcendo seu nariz afilado e cheio de sardas. – Ele podia ir adiantando, caso eu seja mais lenta.

Quase um dia inteiro de espera e antecipação. Eu não sabia se estava mais nervosa com a perspectiva de ser apresentada à irmã de Cole, que era uma das minhas autoras eróticas favoritas, ou ao cunhado dele, o presidente da maior empresa pornográfica do planeta e que parecia ser algum tipo de super-homem que ele idolatrava.

Luckas ofereceu a Joanie uma careta de desagrado como resposta e Devon inspirou fundo para dizer alguma coisa enquanto Cole se movia como se fosse pedir calma. Zahner estava sentado por perto, prestes a entrar em ebulição, quando um barulho na porta nos fez calar. Pela luminosidade na lateral do salão, era de se imaginar que a porta estivesse aberta. Pude ouvir a voz de Brout cumprimentando alguém, seguida por uma voz masculina intensa e profunda. Prendi a respiração. Os estalos do salto alto ecoaram pelo salão.

Ela se aproximou e entrou no meu campo de visão primeiro.

Lexa Sprouse.

Tinha algo imperial no modo como ela se portava e se movia. Diante de sua presença forte, que indicava que nada a poderia atingir, era difícil acreditar que ela já tinha passado por um trauma. Os longos cabelos loiros escuros lhe caíam até a cintura. Uma mistura de fios cor de mel com um castanho muito claro em cachos soltos, longos, pesados e invejáveis. Sua elegância seria considerada esguia, não fosse pelas curvas angulosas em todos os lugares certos. Sua saia justa descia até os joelhos e perpassava a cintura, delineando o corpo inteiro. A camisa de seda, metodicamente colocada por dentro da saia, tinha as mangas compridas dobradas em três quartos. Apenas um botão desatacado exibia o pingente delicado de seu colar discreto, um pouco de pele e nada mais. Não havia decote a ser exibido, não havia abertura na saia que comprometesse a integridade das coxas. Ela era o símbolo da pureza com um gosto incompreensível por sacanagem.

Talvez fossem os lábios que se entreabriam em um sorriso peculiar. Ou os olhos. Um verde-azulado que lembraria com segurança o tom dos de Cole, embora os dele estivessem mais próximos do azul enquanto os dela se agarravam ao verde.

Foi então que notei as semelhanças… Não fosse pela cor dos cabelos: os dele permeavam um castanho muito escuro e os dela eram uma mescla inusitada de tons de loiro. Desconsiderando isso, eles seriam perfeitamente reconhecíveis como membros da mesma família. Além da tez semelhante, os traços sugeriam uma mesma ascendência, associados ao sorriso que eu não conseguia exatamente definir.

Ela abriu o sorriso e os braços, e Cole se levantou.

– Você deveria ligar com mais frequência. – Colocou o irmão mais novo dentro do seu abraço e lhe ofereceu um beijo na bochecha que ficou registrado pela marca vermelha do seu batom.

– Não gosto de incomodar.

– Não seja bobo, Col. – Recriminou-o com um olhar que seria condescendente, se não exalasse carinho.

– Ahm, Lex. – Virou-se para mim com um sorriso. – Essa é Lili. Ela é uma fã. – Riu e eu tive certeza que a vermelhidão tinha assumido minhas bochechas para sempre.

ꨄ︎ 𝐒𝐄𝐌 𝐏𝐔𝐃𝐎𝐑 ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ (𝒔𝒆𝒎 𝒗𝒆𝒓𝒈𝒐𝒏𝒉𝒂 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora