2- Técnicas para reencontrar sua ex

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– E então? Como foi ontem à noite?

Amarrei o cordão do robe e sentei-me ao lado de Mads na mesa.

– Normal. – Peguei uma maçã sem entender o motivo de seu interesse.

– Lili. – Ela largou os punhos insatisfeitos sobre a mesa. – Me conta! Foi sua primeira noite com um homem desde… – ela hesitou. Ela sempre hesitava ao abordar aquele tópico – … desde o gigolô.

– Humm... – Percebi que eu não ia gostar dessa conversa. – Não fizemos nada. Só fomos a um restaurante.

Me concentrei na minha maçã, mas Mads não ia deixar aquela conversa acabar.

– Um restaurante? Você estava se agarrando com ele no sofá e saiu para ir a um restaurante?

– É. Qual o problema?

– Lili Reinhart! – rugiu. – Você faz eu me sentir horrível por ter interrompido!

– Mads, você está exagerando. – Mordi a fruta com descaso.

– Um quarto de hotel! A casa dele! O banheiro de alguma boate! Qualquer lugar, Lili! – chiou.

– Não quero transar pela primeira vez em qualquer lugar!

– Primeira vez? – Arregalou os olhos.

– Primeira vez com o Lance – acrescentei.

Mads tomou seu café e me permitiu um pouco de silêncio.

Eu já estava começando a ficar confortável quando ela estalou mais uma vez:

– Você tem certeza que não é mais virgem?

– Ai, Madeleine… – gemi, exausta.

– Porque olha… se você for, amiga, é claro que não tem problema!

– Não sou mais virgem, eu juro! – Abri os olhos, forçadamente, para dar ênfase às minhas palavras.

– Essa coisa toda sua com o gigolô foi tão estranha... – murmurou.

– Devon. O nome dele é Devon.

– Às vezes – ela me ignorou e continuou tagarelando: – eu me pego pensando se é verdade mesmo. Se realmente aconteceu ou se…

– Ou se o quê?

– Sei lá… Talvez… talvez tenha acontecido alguma coisa que você não queira me contar.

– Tipo… – Revirei os olhos – Eu e o gigolô presenciamos um assassinato de um chefão do crime e aí fugimos para salvar nossas vidas como em um filme de ação clichê. Nos apaixonamos e ele teve que ir embora para salvar minha vida, inventando uma história furada sobre um iate e um ataque de pânico para que eu pudesse ficar em casa a salvo?

– Tá – reclamou,em meio a risadas.–Também não precisa exagerar.

Deixei meus ombros caírem.

– Mas talvez você tenha tido uma crise de pânico porque não conseguiu perder a virgindade e tenha fugido para tentar. Olha, eu estava lendo um artigo sobre pessoas assexuadas e…

– Eu tenho que sair. – Levantei da mesa, revirando os olhos mais uma vez.

– É sério! – avisou. – É uma coisa que acontece.

– Você é louca – respondi com um carinho exagerado. – Mas eu te amo mesmo assim.

– Lili, me escuta.

– Olha! – Peguei meu celular de cima da mesa. – Presta atenção – avisei antes de comandar ao aparelho que ligasse para Lance. – Lance? – chamei, dengosa – Estou te atrapalhando? – Como era que Cole falava? – É algo sério, sim. Não aguento mais, Lance. A gente sempre fica adiando… – gemi. – Mas eu estou com fome. Acho que você tem que vir jantar aqui em casa hoje. Eu te preparo uma refeição deliciosa. E algo especial para você comer de sobremesa.

ꨄ︎ 𝐒𝐄𝐌 𝐏𝐔𝐃𝐎𝐑 ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ (𝒔𝒆𝒎 𝒗𝒆𝒓𝒈𝒐𝒏𝒉𝒂 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora