13 -Epílogo

133 20 0
                                    

Alguns meses depois

Dois dias.
Em dois dias, eu seria uma mulher casada.

Isto é, se eu conseguisse superar a ressaca em 48 horas.

Lucy enfiou uma taça de champanhe nas minhas mãos e convocou o brinde, me forçando a beber um único gole, como manda a etiqueta, antes de abandonar o resto. Disparei um punhado de amendoins à boca, temendo pelo vazio do meu estômago.

A ideia de celebrar a despedida de solteira foi divertida. Infelizmente, não se pode afirmar o mesmo sobre a ideia de visitar todas as boates na rua para engolir todos os drinques do cardápio que englobassem a palavra “sexo” no nome.

Sexo na praia. Sexo no elevador. Sexo no fogo. Sexo febril. Sexo vermelho. Sexo rosa. Sexo azul. Sexo maluco. Sexo Infernal. Sexo Angelical. Sexo entre garotas.

Muitas coisas podiam faltar em um bar, mas a palavra “sexo” realmente não era uma delas.

E nós bebemos.
E bebemos.

Desisti da brincadeira no terceiro lugar que entramos, usando todas as técnicas conhecidas para me livrar de um copo de bebida. Até inventei umas novas.

Quando finalmente voltamos à imensa suíte cinco estrelas especialmente reservada para a ocasião, Mads já beirava as perigosas imediações em que a embriaguez demanda nudez. O casaco desapareceu em algum lugar entre o Sexo Angelical e o Infernal, o que era igualmente poético e apropriado. O resto das roupas ficava cada vez mais alheio ao seu corpo e, quando minha melhor amiga começou a reclamar do calor, aumentei a ventilação do ar condicionado, antes que ela resolvesse se despir apenas para se arrepender no dia seguinte.

Entre as garotas da boate, a amiga de infância e as colegas de trabalho, somávamos quinze mulheres espalhadas pelo sofá e tapetes da luxuosa antessala da suíte. Estourando garrafas de champanhe e prendendo na minha cabeça o minúsculo véu que se recusava a cooperar.

Denny, uma de minhas colegas de trabalho mais chegadas, já tinha bebido o suficiente para ultrapassar a barreira da vergonha e me puxava pelo braço para confessar o quanto ela achava meu noivo gostoso. Preferi ignorar, não apenas porque eu tinha noção que o efeito do álcool a deixaria sem graça no dia seguinte, mas também porque minha atenção estava dedicada a manter Mads vestida.

– Lili, deixa ela ficar pelada – Tonya reclamou, virando a taça de champanhe e servindo-se de mais uma. – Ela está bêbada e só tem mulher aqui. Se ela quer ficar pelada, deixa ela ficar pelada. Lucy não vai dar em cima dela. – Riu alto.

Lucy riu baixinho, mas Nila não gostou da brincadeira. Com o braço envolto na cintura da namorada, Nila resmungou em holandês, palavras que não compreendi, mas que, pela entonação, só poderiam ser ofensas.

– A Lili é controladora mesmo quando está exalando álcool pelos poros. – Madeleine me abraçou, estalando um beijo na minha bochecha. – Pare de se preocupar! Divirta-se! Depois de amanhã você será uma mulher casada! Um único homem pelo resto da vida!

– Como uma pessoa pode querer um único homem pelo resto da vida? – Tonya balançou a cabeça.

– Como uma pessoa pode querer um homem pelo resto da vida? – Lucy provocou e Nila a beijou com carinho. Na comoção da ausência de Spider, Lucy e Nila tinham encontrado, uma na outra, uma amizade sutil e um amor furioso.

– Cole é mais que homem suficiente pra me manter ocupada. – Ao meu redor, minhas amigas riram, crentes que se tratava de uma brincadeira.

Entretanto, quando ofeguei, foi por verdadeiro cansaço.

ꨄ︎ 𝐒𝐄𝐌 𝐏𝐔𝐃𝐎𝐑 ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ (𝒔𝒆𝒎 𝒗𝒆𝒓𝒈𝒐𝒏𝒉𝒂 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora