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Anna

1 mês depois...

Comecei a não me reconhecer aqui, a perder minha armadura de delegada anna e voltar a ser só a anna que eu nunca pude ser, tive que ser forte a minha vida inteira e enfraquecer nessa altura do campeonato faz eu me sentir fraca mas bem!

Eu tô bem!!

Eu e o dn estamos nos dando super bem, começamos a ser amigos, conversamos, jantamos juntos e ele até me liberou de assistir televisão para passar meus dias mais rápidos.

Conheci uma menina a uns 10 dias atrás, estamos nos dando muito bem. Dn que me apresentou, ela é mulher de um tal amigo dele aí, Alessandra o nome dela mas chamamos de Alê.

Dn chegou da boca e eu tô aqui deitada no sofá comendo brigadeiro no tédio, já fiz tudo que tinha pra fazer na casa e mesmo assim ainda tô no tédio.

- fala com os outros não? Mal educado- ele ia passando direto por mim

Dn: vai te catar loira do banheiro- pelo tom de voz tá puto

- está de tpm é?- ele para na minha frente com as mãos na cintura- vai tomar banho e desce se não eu vou comer o brigadeiro e não vou deixar nada pra você.

Dn: se você comer tudo eu raspo sua cabeça- ele fala e sai correndo me fazendo gargalhar.

Depois de uns 10 minutos ele desce cheirosinho e vestindo só uma calça de moletom mostrando a barra da cueca da Diesel.

Mudo a tv pra um canal de notícias e adivinhem?! Minha cara está estampada lá de novo.

Meu caso tem tomado muita repercussão pela polícia está super empenhada em achar meu corpo, já que meu carro foi alvejado.

Mas algo a mais na notícia acaba me chamando atenção, eu aumento o volume da tv e dn se senta ao meu lado.

" após exatamente 30 dias do desaparecimento da delegada de polícia civil Anna Karla Bianchi, seguimos sem notícias do caso e sem nenhuma pista sobre o paradeiro dela, a polícia está incansavelmente buscando o possível corpo da delegada. Os familiares estão desesperados com a falta de notícias. "

Que familiares?

Logo uma mulher loira aparentando ter uns 30 e poucos anos aparece falando e ao mesmo tempo chorando

" hoje faz 1 mês que não temos nenhuma notícia da minha filha, não vamos desistir de encontrar ela viva ou morta "

A reportagem acaba e eu fico em choque no sofá.

Como assim minha mãe? Eu nem lembro da cara da mulher, nunca me procurou ou ao menos ligou pra saber da minha vó.

Dn: tá tudo bem?- perguntou ao ver meu estado.

- como assim minha mãe?- perguntei olhando pra ele- eu nunca vi essa mulher na vida.

Dn: não conhecia sua mãe?

- ela e meu pai me abandonaram com a minha vó quando eu era neném, só vi por poucas fotos que tinha quando eu era criança- falei e ele suspirou me olhando.

Dn: não sabia que sua vida tinha sido assim, pra mim vc era mais uma loirinha rica que subiu na vida nas costas dos pais.

- você não sabe uma parte do que eu fiz pra chegar aqui... foi desde vender bala no sinal, limpar casa dos outros até conseguir meu primeiro emprego fixo que foi em uma padaria de uma amiga da minha vó, consegui estudar entre altos e baixos, fiz minha faculdade e no meio dela... minha vó morreu. Pensei em desistir e jogar tudo pro ar, mas minha vó não iria gostar de ver tudo que eu batalhei muito pra conquistar sendo jogado pro ar.- falei e encostei minha cabeça no braço dele que logo me acomodou e me abraçou.

Dn: eu não sabia disso. Eu nem poderia imaginar, você tem uma leveza tão grande e transmite uma felicidade tão grande pras pessoas que eu achei que sua vida inteira fosse feliz... desculpa entrar nesse assunto, Anna, sei que não é algo bom em falar, ainda mais pro seu sequestrador- dei uma risadinha leve e ele me acompanhou.

- relaxa, não foi culpa sua, uma hora eu iria ter que falar sobre isso. E sabe de outra- desviei o olhar da parede e levantei minha cabeça olhando nos olhos dele que retribuiu- Não te vejo mais como um sequestrador, te vejo como um amigo. Estou muito melhor aqui no que naquela casa.

Dn: melhor longe do seu namoradinho?- eu ri e olhei pra ele

- namoradinho. Daquele eu quero distância, só me colocou chifre.

Dn: ele te traia- eu assenti com a cabeça- e você não fazia nada?

- eu não, já não gostava mais dele mesmo. Acho que nunca gostei, era só medo de ficar sozinha mesmo e no início tudo são flores né, depois de um tempo eu fui ver que ele era um cacto- eu ri e ele me olhou- que foi? Nem ligo

Dn: muda de assunto aí, bota um filme nessa porra- ele me soltou e deitou no sofá-cama.

- vou colocar " os farofeiros" já assistiu?- ele nega- como não? É maravilhoso.

Dn: e eu lá tenho tempo de assistir filme, mulher.

Eu levanto correndo na cozinha, pego o pote de nutella e duas colheres, vou pra sala e deito ao lado dele me cobrindo por conta do frio do ar condicionado que ele tinha ligado.

Ficando aqui 1 mês eu já vi que ele tem a mania de só dormir com ar condicionado, não importa o clima.

Dei play no filme e ficamos assistindo, comendo e dando várias risadas até o filme acabar.

O filme já tinha acabado e ele estava ao meu lado deitado com o rosto no meu pescoço, onde é meu ponto mais fraco.

Ele começou a distribuir beijinhos pelo meu pescoço e eu arrepiei, levantou a cabeça na direção do meu rosto.

Ele apoiou os braços ao lado da minha cabeça e ficou sobre mim, desceu a cabeça dando um selinho na minha boca e eu puxei sua nuca fazendo ele aprofundar o beijo.

Nossas línguas encaixaram em perfeita sintonia, o beijo era doce pela nutella que estamos comendo a alguns minutos atrás.

Ele se apoia em um braço só e o outro ele segura o lado do meu rosto, finalizamos o beijo com selinhos e encostamos nossas testas.

- não era pra isso acontecer...- falo baixinho

Dn: somos solteiros- diz perto do meu ouvido

- mas somos sequestrador e vítima- sorrimos

Dn: delegada e traficante- rimos- sou todo errado e você certinha... ficaria horas falando nossas diferenças

- o proibido é mais gostoso.

Dn: não tenho a menor dúvida disso.

Ele aproxima nossas bocas e iniciamos outro beijo.

...

Neurótico de guerra Onde histórias criam vida. Descubra agora