Capítulo 06 DEGUSTAÇÃO

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Entro no carro e dou a partida, saio dali com ela atenta a mim e eu divido a minha atenção com ela e a pista

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Entro no carro e dou a partida, saio dali com ela atenta a mim e eu divido a minha atenção com ela e a pista. Pergunto onde ela mora e a própria coloca o endereço no GPS.

— Estou surpresa por você ainda ter essa jaqueta. — Seu sorriso chama a minha atenção para ela.

— Porque? Você não tem mais a sua? — Ergo uma sobrancelha.

— Mas é claro que eu tenho! Se não tivesse eu teria comprado outra e mandado bordar as nossas iniciais nela. — Afirma orgulhosa. Sorrio.

— Elissa me convidou para o jantar de hoje, mas ainda não tive tempo de conversar com o pessoal. Como estão todos? Estão casados? Tem filhos? Como está o seu pai? — Pergunto curioso.

— Então todos casados, mas ninguém teve filhos ainda, todo mundo decidiu focar em suas carreiras antes de aumentar a família. Até o papai se casou de novo e eu fiquei para trás, mas tudo bem, nas minhas condições é raro encontrar alguém que se interesse de verdade por mim, mas já estou perdendo as esperanças de encontrar um amor verdadeiro, acho que ser amada não está escrito para mim. — Desabafa pensativa. Cabisbaixa.

— Me desculpe por perguntar, mas... E o seu namorado? Vocês não pretendem se casar? A quanto tempo estão juntos? — A minha curiosidade grita dentro de mim e eu ponho para fora.

— Casar? Não! Eu teria que amá-lo muito para me casar, e sei que ele também não me ama o bastante para isso... Estamos juntos a menos de um ano e as vezes sinto que ele está comigo por pena, pois nem sequer se esforça para fingir que estamos bem... Você tem pena de mim, Kenji? Somos amigos e eu tenho confiança em te perguntar isso, pois sei que não vai me omitir a verdade... Sempre conversamos sobre tudo, até mesmo sobre os nossos relacionamentos... Então me diz a verdade? Você sente pena de mim por eu estar nessas condições? — Seus questionamentos vem em um tom angustiado e isso sim me surpreende.

Ela ainda se importa com a minha opinião, isso não mudou pois sempre foi assim. Paro em um sinal vermelho e pego a sua mão olhando nos seus olhos.

— E porque eu sentiria pena de você? Você não é uma pobre coitada, não é uma inválida pois pelo que sei, você consegue se virar sozinha, consegue trabalhar e é independente, até mora sozinha sem depender de ninguém, e isso não é digno de pena, mas de orgulho por você ser tão forte, então não! Eu não tenho pena de você. — Digo somente a verdade e ela suspira fundo.

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