No passado, Valérie Russell era uma talentosa dançarina de tecido acrobático com uma carreira promissora, prestes a ingressar em uma das maiores academias de dança do país, porém, sofreu um trágico acidente em uma de suas apresentações e algo irreve...
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— Srta. Russell! Que bom que veio, teve dificuldade para chegar até aqui? Aproxime-se por favor! — O homem se levanta vindo me cumprimentar.
Ele tira uma das cadeiras a frente da sua mesa dando espaço para a minha cadeira. Ainda estou meio aérea e respiro fundo
— Foi fácil achar o lugar, o meu namorado me trouxe, mas tive sim dificuldades para entrar no prédio, a porta de acesso é estreita demais e a minha cadeira não passou. — Explico tentando me recompor.
— Sinto muito por esse constrangimento, Srta. Russell, eu mesmo já havia falado sobre isso na direção do edifício, pensei que essa questão já estivesse sido resolvida, mas pelo visto, terei que abordar esse assunto novamente... Mas enfim, vamos ao que interessa, você trouxe os documentos da empresa como eu te pedi? Você sabe que vamos precisar de testemunhas, não sabe? — Indaga voltando para trás da sua mesa.
— Sim, senhor! Trouxe toda a documentação exigida, e também tenho os nomes das pessoas que aceitaram a ser minhas testemunhas, não vou deixar de lutar pelos meus direitos e conto com o senhor para me ajudar nisso.
— E eu vou te ajudar, Srta. Russell, você não é a primeira e infelizmente não será a última pessoa, a me procurar por uma questão tão banal como essa.
Ele fala e faz perguntas e eu fico atenta a tudo, a nossa conversa não dura mais do que meia hora e logo estou saindo, com a certeza de que terei essa causa ganha. Fui muito julgada, descriminada e humilhada pelo meu chefe que acha que pode tudo, mas ele vai aprender a tratar melhor os funcionários que tem.
Entro no elevador e desço até o saguão do prédio, estou chateada e decido não criar caso para conseguir sair logo do daqui. Vou para a saída que dá acesso à rua lateral e dou a volta no prédio, paro ali na frente da entrada principal e pego o celular para chamar um Uber, e assim o faço, mas como de costume eu aviso ao motorista por mensagem que sou cadeirante, e que vou precisar de ajuda com a minha cadeira, eu consigo me transferir sozinha para o carro e sair dele também, mas sempre vou precisar de ajudar para dobrar a cadeira e colocar no porta malas, e com isso, muitos motoristas cancelam a corrida e me deixam a pé.
