— Se você quiser, eu posso selar um cavalo para você cavalgar — diz Simon, prestativo.
Acabamos de sair do estábulo e estamos caminhando de volta para o hotel.
— Muito obrigada, Simon — agradeço, não escondendo o meu medo.
— Não precisa ter medo, Julieta é a égua mais calma do mundo.
— Até eu montar nela.
Simon gargalha. O seu sorriso é espontâneo, contagiante e muito luminoso, como o sol.
— Ela vai gostar de você. Eu prometo.
— Não sei. Posso pensar?
— Como quiser.
Estamos perto das proximidades do hotel, quando escuto a voz escandalosa de Miranda Campbell, minha mãe.
— Nossa... — Simon não consegue esconder a sua expressão amedrontada, ao escutar a risada da minha mãe.
Todos ficam com medo e assustados quando escutam pela primeira vez, provavelmente, eu fiquei assim quando era bebê.
— Pois é, essa é a minha mãe.
— Me desculpa, eu não sabia.
— Não, tudo bem. Qualquer pessoa que escuta a risada dela pela primeira vez, se assusta.
Mesmo eu tentando amenizar a situação, Simon parece estar desconfortável. Como ele poderia saber que a dona daquela risada medonha é a minha mãe?
— Bom, eu vou... — Simon olha para trás, em direção ao caminho para o estábulo — voltar. Os meus bichinhos precisam de mim, esse final de semana será agitado para eles.
— Com certeza. — Faço uma careta, ao imaginar os convidados tentando passar a mão ou até mesmo querendo cavalgar. É um verdadeiro tormento para qualquer animal. — Obrigada pelo passeio, Simon.
— Eu quem agradeço. É um prazer conhecê-la, Srta. Campbell.
— O prazer foi todo meu, Sr. Hoover.
Trocamos luminosos sorrisos de despedida. Antes de me virar e ir de encontro à minha mãe, que ainda não percebeu a minha presença, observo Simon se distanciar observando os galhos das árvores chacoalhando de um lado para o outro por causa do vento e com os dois braços para trás. Eu gostei dele.
Sigo em direção aos meus pais. A única pessoa ali presente que havia, até então, notado a minha presença, foi a minha tia, que acatou o meu sinal de silêncio. Meu pai olha para trás e tenta vir na minha direção, entretanto, chacoalho a cabeça negativamente. Eu quero assustar a minha mãe, eu adoro brincar com ela.
Com as minhas duas mãos para frente em formato de duas garras, vou me aproximando. Minha mãe conversa com a minha tia naturalmente. Como ela não percebeu a minha presença? O resort tirou toda a sua concentração.
— BUH! — a assusto, apertando o seu quadril com as minhas mãos.
— AH! — Minha mãe dá um pulo para trás, quase caindo em cima de mim. — Ficou doida, menina? — Ela me dá um ardente tapa no braço esquerdo.
— Au! — Rio. — É bom ver você também.
Miranda me abraça, entrelaçando os seus dois braços em torno do meu pescoço.
— Eu estava com tanta saudade de você.
— Eu também, mãe. Mas você está me... sufocando. — Tento respirar.
— Oh! Me desculpa. — Miranda se afasta rapidamente.
Tento recuperar o meu fôlego.
— Oi, pai. — Abraço o meu pai rapidamente.
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Amazon • No limite do desejo
RomanceJohnny Spancer é um rebelde motoqueiro apaixonado pela liberdade, proporcionada não só pelas suas próprias escolhas de deixar tudo para trás, como também pela herança herdada dos seus pais, a qual o seu irmão mais velho administra, e com quem possui...