Capítulo 2

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— Se você quiser, eu posso selar um cavalo para você cavalgar — diz Simon, prestativo.

Acabamos de sair do estábulo e estamos caminhando de volta para o hotel.

— Muito obrigada, Simon — agradeço, não escondendo o meu medo.

— Não precisa ter medo, Julieta é a égua mais calma do mundo.

— Até eu montar nela.

Simon gargalha. O seu sorriso é espontâneo, contagiante e muito luminoso, como o sol.

— Ela vai gostar de você. Eu prometo.

— Não sei. Posso pensar?

— Como quiser.

Estamos perto das proximidades do hotel, quando escuto a voz escandalosa de Miranda Campbell, minha mãe.

— Nossa... — Simon não consegue esconder a sua expressão amedrontada, ao escutar a risada da minha mãe.

Todos ficam com medo e assustados quando escutam pela primeira vez, provavelmente, eu fiquei assim quando era bebê.

— Pois é, essa é a minha mãe.

— Me desculpa, eu não sabia.

— Não, tudo bem. Qualquer pessoa que escuta a risada dela pela primeira vez, se assusta.

Mesmo eu tentando amenizar a situação, Simon parece estar desconfortável. Como ele poderia saber que a dona daquela risada medonha é a minha mãe?

— Bom, eu vou... — Simon olha para trás, em direção ao caminho para o estábulo — voltar. Os meus bichinhos precisam de mim, esse final de semana será agitado para eles.

— Com certeza. — Faço uma careta, ao imaginar os convidados tentando passar a mão ou até mesmo querendo cavalgar. É um verdadeiro tormento para qualquer animal. — Obrigada pelo passeio, Simon.

— Eu quem agradeço. É um prazer conhecê-la, Srta. Campbell.

— O prazer foi todo meu, Sr. Hoover.

Trocamos luminosos sorrisos de despedida. Antes de me virar e ir de encontro à minha mãe, que ainda não percebeu a minha presença, observo Simon se distanciar observando os galhos das árvores chacoalhando de um lado para o outro por causa do vento e com os dois braços para trás. Eu gostei dele.

Sigo em direção aos meus pais. A única pessoa ali presente que havia, até então, notado a minha presença, foi a minha tia, que acatou o meu sinal de silêncio. Meu pai olha para trás e tenta vir na minha direção, entretanto, chacoalho a cabeça negativamente. Eu quero assustar a minha mãe, eu adoro brincar com ela.

Com as minhas duas mãos para frente em formato de duas garras, vou me aproximando. Minha mãe conversa com a minha tia naturalmente. Como ela não percebeu a minha presença? O resort tirou toda a sua concentração.

— BUH! — a assusto, apertando o seu quadril com as minhas mãos.

— AH! — Minha mãe dá um pulo para trás, quase caindo em cima de mim. — Ficou doida, menina? — Ela me dá um ardente tapa no braço esquerdo.

— Au! — Rio. — É bom ver você também.

Miranda me abraça, entrelaçando os seus dois braços em torno do meu pescoço.

— Eu estava com tanta saudade de você.

— Eu também, mãe. Mas você está me... sufocando. — Tento respirar.

— Oh! Me desculpa. — Miranda se afasta rapidamente.

Tento recuperar o meu fôlego.

— Oi, pai. — Abraço o meu pai rapidamente.

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