Capítulo 5

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Eu preciso correr. Eu preciso correr o mais rápido e o mais longe que eu puder daquele maldito hotel. Eu estou cansada, não consegui dormir à noite inteira, pensando naquele idiota, as minhas pernas estão quase dormentes, mas não posso parar agora. Fui a primeira a acordar, depois dos empregos, um deles me ofereceu café da manhã, porém se eu entrasse na cozinha, ia me lembrar do que aconteceu na noite passada, e isso só ia piorar as coisas. Não sei onde eu estou, posso estar muito longe das redondezas do hotel e se eu me perder, estou ferrada, pois não trouxe o meu celular.

Escuto barulhos de cavalo se aproximando de mim entre algumas árvores e arbustos. Fico parada, olhando fixamente em direção ao local de onde o barulho vem, meu coração acelera de medo. No entanto, os únicos cavalos que moram pelas redondezas são os do estábulo do resort, então, eu não estou muito longe do hotel.

Simon!

O seu rosto aparece ao lado do rosto do Romeu, ambos caminhavam tranquilamente sem perceber a minha presença, até o momento.

— Celeste? — Ele me encara, confuso, olhando ao redor.

— Oi. — Dou um leve sorriso, tranquilizando o meu coração.

Eu estou segura agora, posso voltar para o hotel tranquilamente.

— O que está fazendo aqui sozinha?

— Eu estou caminhando. — Encaro o meu short jeans. Eu não trouxe a minha roupa de caminhada, a minha única opção fora esse short e uma regata preta básica, e claro, os meus tênis.

— Você está muito longe do hotel.

— Eu sei. Quero dizer, sei agora. Eu só... queria conhecer a redondeza. — Suspiro e me aproximo dele. — Oi, Romeu. — Acaricio os seus pelos, e Romeu logo balança a cabeça de um lado para o outro.

— Ele gosta de você.

— Eu também gosto dele.

— Eu sei que eu não tenho nada a ver com o que você faz, sou apenas um veterinário, mas... não é seguro andar no meio do mato sozinha, pode aparecer alguém ou até mesmo um bicho.

— Eu sei, eu já estava voltando para o hotel.

— Sério? Eu meio que entendi que você não tinha noção de onde estava.

Sorrio, constrangida.

— Devo confessar que estava perdida e eu nem ao menos trouxe o celular.

— Não trouxe o celular? Se eu não tivesse aparecido, você ia ficar aqui para sempre.

— Você é meu herói, então. — Sorrio.

— Às vezes, eu tento — brinca. — Você vai passear mais um pouco ou vai querer voltar?

— Acho melhor eu voltar. Daqui a pouco, a minha tia chama a polícia.

Simon gargalha.

— Seria um desastre.

— Com certeza.

— Vamos? — Simon gesticula.

— Vamos. — Caminhamos de volta para o hotel. — Esse lugar é muito bonito. — Observo as árvores, as folhas caem sobre nós, conforme o vento as derruba.

— Ele é sim. Já foi até a cabana?

— Cabana?

— Sim. Ela está abandonada. Acho que fica próxima ao local onde você estava.

— Vou ter o privilégio de conhecer depois.

— Ficou com medo de se perder?

— Um pouco. — Faço uma careta.

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⏰ Última atualização: Oct 11 ⏰

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