Capítulo 4

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Matteo

Eu fiquei assustado quando subi pra acordar às meninas e recebi a notícia de que a neném estava doente, porra eu não soube como reagir vai saber que doença que era? E como ela podia evoluir rapidamente?

Por isso corri pro hospital com Helena para tratar da bebê e ainda veio aquela recepcionista dizendo pra ter calma, o caralho que eu teria calma.

Se fosse a filha dela eu queria ver se ela teria calma.

...

...

E foi essa comparação que fiz enquanto preenchia o formulário, parei até de escrever por um momento e respirei fundo, eu tinha acabado de comparar Sofia como se fosse minha filha e isso era assustador.

Eu conhecia as duas a menos de dois dias e já parecia apegado às duas.

O modo frágil como as duas chegaram na minha mansão e a vontade enorme que tive de proteger e cuidar das duas, eram coisas que pra mim não faziam nenhum sentido.

Mas não precisa fazer sentido né? Afinal nem tudo faz sentido. Deixem esse pensamento de lado quando a doce voz de Helena chegou ao meus ouvidos.

– Sua letra e linda, Matteo – ela elogiou e eu agradeci – obrigada por preencher pra mim.

– por nada, eu disse que te ajudaria com o que precisasse – sorri pra ela enquanto a mesma me olhava terna.

– Oi de novo, o doutor que vai atender a filha de vocês já está esperando. Sigam naquele corredor e entre na porta enfeitada – a recepcionista de mais cedo apareceu – a ficha fica comigo – entreguei o papel pra ela – boa sorte espero que a pequena melhore – ela sorriu um pouco nervosa e saiu.

– eu disse que você a deixou com medo – helena me disse sorrindo brincalhona, acho que ela não tinha reparado na forma como a mulher intitulou a Sofia e, se percebeu ignorou muito bem.

– nem foi tanto assim, Lena – o apelido saiu dos meus lábios de forma natural, me virei para ver a expressão de seu rosto e saber se ela tinha ficado desconfortável com tamanha intimidade.

– Lena? – ela tinha um pequeno sorriso no rosto que deixava suas bochechas redondinhas e seus olhos um pouco fechados.

– não gostou? Desculpe se…– comecei a dizer um pouco embaraçado.

– não, eu gostei, só me pegou um pouco de surpresa. Faz tempo que ninguém me dá um apelido, aliás faz tempo que eu não tenho contato com muita gente em si.

– depois vamos conversar sobre isso, Lena. Quero que me conte o que aconteceu antes de você chegar até mim, se vc se sentir confortável – disse sério, se alguém havia feito mal a elas pagaria caro, muito caro.

Ela apenas assentiu um pouco distante e eu abria a porta do consultório indicado pela moça mais cedo.

Nós dois entramos na sala e deparamos com um senhor de idade que parecia o papai Noel.

Que isso agora?

Ele não devia tá no polo norte uma hora dessas? Tá cedo ainda pra ele estar aqui.

– podem se sentar, pai e mãe – o senhor disse com uma voz calma – me digam o que a pequena tem?

Ué não era pra você dizer?

Nunca vou em médico e chega nesse e parece que não se formou, eu ainda acho que ele é o papai Noel e resolveu fazer um bico.

– então doutor, ela acordou com febre, nariz vermelho e escorrendo e reclamou de dor – ela falou os sintomas da garotinha que agora estava acordada e olhava curiosa para o senhor de idade.

– certo, eu vou receitar um antitérmico – ele se levantou e veio até Lena, se aproximou da Sofia e voltou a dizer – abra a boquinha por favor, lindinha – a menina negou e comprimiu os lábios até ficarem em uma linha reta.

– vamos lá, princesa, sei que você é corajosa – tentei convencer-la – se você abrir, prometo comprar o que você escolher assim que estiver boa.

Ela demorou alguns segundos mas abriu a boca lentamente, o senhor analisou com um palito de madeira e depois o descartou e voltou a escrever na folhinha.

– vou coçar também um remédio pra dor e, como reparei a garganta está inflamada então dê a ela durante sete dias um antibiótico – ele terminou de dizer e me entregou as folhas.

Helena e eu nos levantamos e nos preparamos para sair.

– bom natal para o senhor, doutor – Helena disse.

– obrigada, doutor – agradeci pelo atendimento.

– por nada família e, desejo o mesmo a vocês – ele acenou em despedida depois de passarmos pela porta.

🎄

Estacionei no shopping center da cidade e ajudei as duas a saírem do carro.

– acho que devemos comprar um carrinho de bebê, ela tem um? – disse enquanto pegava a pequena e as bolsas.

– não tem, mas não acho que seja... – Lena começou a dizer e rapidamente eu cortei sua fala.

– não diga que não é necessário ou que vou gastar meu dinheiro, já disse que vou fazer tudo por vocês duas e, isso incluí coisas materiais – tentei falar de forma reconfortante.

Nunca faltou nada pra mim, tive muita das vezes o que queria e na hora que eu desejava e se hoje eu pudia proporcionar o mesmo para elas porquê não o fazer?

– tudo bem então – ela suspirou – mas de forma moderada ok?

– você que manda – respondi sorrindo.

Entramos no grande prédio com ar condicionado e mesmo estando um frio lá fora, aqui dentro estava mais ainda.

Primeiro fomos na farmácia, que era nosso principal objetivo, ao adentrarmos a loja Matteo foi pra um lado com minha filha e eu fui direto para o balcão onde um moço sorridente estava.

– oi moço, bom dia, eu queria esses remédios aqui – falei assim que me aproximei dele.

– tudo bem moça bonita – ele piscou pra mim e se virou de costas.

Fiquei envergonhada mas decidi não ligar para o que ele havia dito.

Onde será que Matteo se meteu?

O atendente retorna e coloca todos os remédios que pedi.

– aqui moça bonita esses...

– oi amor – ouvi a voz do Matteo atrás de mi e estranhei o apelido – conseguiu os remédios?

– consegui sim – peguei todos os vidrinhos – obrigada moço.

– por nada senhorita – o rapaz disse e logo foi embora.

Estranho...

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