𝐄𝐑𝐀 𝐑𝐄𝐀𝐋𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐃𝐄𝐏𝐑𝐈𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄, eu odiava ser um encosto em missões, mas a arma pesava em meus braços de forma devastadora, jogada em um canto qualquer dentro de uma casa em ruínas. Tossindo para fora o orgulho que eu prometi à minha terra já em chamas.
Não havia nenhum combatente restante comigo, o sangue já tinha secado e penetrado minha pele. Ignorando o meu pulso quebrado e as marcas que o salto do helicóptero havia me herdado, eu levantei meu corpo com um pulo ágil e dolorido.
─ Está na escuta, Doberman? ─ Escutei o monitor falhar em meu ouvido.
Era o meu antigo sargento. Cheio de manias e pesadelos, ele arquitetava essas invasões nas vilas superiores ligados a missão de libertar prisioneiros, os quais eu sempre estava envolvida, fosse segurando o câmbio central, o volante ou a arma.
─ Sim, senhor. ─ Respondi com rapidez, me locomovendo para fora do que parecia ser uma cozinha empobrecida.
─ O resgate está esperando do lado de fora. Agilize, Doberman.
─ Positivo, senhor. ─ Desliguei o rádio e procurei uma saída. Estando dentro de um amontoado de casas pobres, às vezes, até uma fresta servia como porta.
Respirando com muita dificuldade eu tentava agir depressa, mirando em minhas costas, prevendo o impresível a minha frente. Muitos corpos atrapalhavam a passagem eficiente, mas eu não podia confirmar que não havia nenhum deles por perto. Os Fazendeiros.
Uma milícia de arrogantes fazendeiros ligados a uma máfia na fronteira entre esses países arábicos que traziam imigrantes africanos, fugindo da tentativa falha de entrar na Europa em busca de melhores condições de vida, para dentro de suas propriedades e obrigavam estes a trabalhar em condições precárias. Em outras palavras: trabalho escravo. Uma manipulação sanguinária e racista.
Eles levaram não só uma, nem duas, mas três das minhas melhores equipes com sua ganância e seu parque de minas terrestres plantadas em seus próprios campos de trigo, algodão e cevada.
