𝐕𝐀𝐆𝐀𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐇𝐀𝐕𝐈𝐀 𝐂𝐎𝐍𝐅𝐎𝐑𝐓𝐎 em minha mente. Eu até que gostava da fuligem, mas detestava o sangue que derramava-se sob meus pés. Era hilário, eu sei, um militar bem treinado reclamando que não gostava de atirar. Era inacreditável, né?
Ghost me irritava para me tirar da tensão que recobria minhas hemácias no meio do campo de batalha. Eu tinha medo de errar, medo de matar além do devido. Medo de me matar, matar algo que dentro de mim era necessário para sobreviver.
Escutei muitos boatos de Doberman, mais parecidas com fofocas do que antigas histórias. E era impossível negar que eu não tinha medo de acabar como ela: no caminho oposto, sem família, amigos e aliados.
Claro que era uma blasfêmia dizer isso sem idolatrá-la! Ela era independente, mulher forte e de virtudes, porém, suas crenças não garantiriam sua vida plena e magna diante tudo e todos. Enquanto o dinheiro sujo continuasse a lavar suas roupas e sustentasse seus gastos, estava tudo bem. Egocêntrica e enlouquecida pela guerra.
─ Seu negócio é tão bem articulado que parece uma máquina sem erros! ─ Falou a maioria quando perguntavam sobre a tal máfia.
─ Ela desmonta cadáveres e monta-os novamente sem confundir nenhum osso.... ─ Assustaram os novatos na roda em volta da fogueira.
─ É verdade que ela tem uma lista infinita de arsenais que nunca foram testados antes? ─ Perguntaram para os veteranos que haviam servido com ela.
─ Ela só é chata e pronto. ─ complementou Ghost encerrando, dessa forma, o assunto da roda na hora do jantar.
Simon Riley, meu amigo. Fiel tenente. Nunca o vi tão sereno contra uma engenheira inofensiva aos seus olhos. Ele era um dos mais famosos entre as mulheres dentro da sede, forte e robusto. Mas ignorava todas, desdenhava das carnificinas e se negava a cometer o pecado da luxúria.
Entretanto, já dizia Alejandro:
"Até o mais bravo dos homens tem uma quedinha por uma mulher marrenta."
Bem, ele certamente criou o ditado apenas para zoar com Simon que nem piscava ao lado de Doberman. Capturando, gravando tudo.
─ Você sente ciúmes dela, tenente? ─ Perguntei dividindo a cerveja com o tal, sentado em minha frente. Ele negou a bebida com a mão.
