Livro I - Livro de Clara: Cap. 02

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Aos poucos, Clara acordava, seus olhos ainda ardiam da grande luz que ela vira

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Aos poucos, Clara acordava, seus olhos ainda ardiam da grande luz que ela vira. Estava deitada, totalmente desnorteada, sem saber ao certo se havia se passado poucos minutos, horas ou dias.

Quanto mais ela abria os olhos, mais percebia que era dia. Podia ver as árvores balançando com o vento ao redor dela, mas estranhamente, não reconhecia nenhuma. À medida em que foi acordando, foi reparando que estava se movendo e que estava com as costas molhadas.

Seus braços aos poucos se recuperavam da dormência e os movimentos retornaram, ela os balançou e percebeu que estava parcialmente mergulhada. "Como vim parar aqui?" — questionou-se. Podia mover a cabeça e percebeu que estava em um rio de correnteza bem suave. Olhava tudo à sua volta, mas continuava sem reconhecer aquelas árvores. Algumas tinham folhas verdes, mas havia muitas com folhas roxas e amarelas. Eram também muito floridas, com flores rosadas, brancas, vermelhas e azuis.

Conseguiu ver luzes amarelas voando acima dela. Seriam vaga-lumes? Mas de dia? "Que lugar é aquele? Estou morta?" — pensou. Entretanto, sentia-se cada vez mais viva. Ganhou forças e, então, ergueu-se.

De pé, olhou a paisagem que a rodeava. Estava, de fato, num rio raso e de correnteza branda, havia muitas luzes voando de uma margem a outra. Ao redor do rio, havia uma linda floresta, de arbustos, plantas pequenas e grandes árvores com troncos de tons entre o roxo, lilás e azul.

Ouviu o som de algo se mexendo rápido na floresta. De um lado para o outro, não parecia ser só uma coisa, mas várias. O coração de Clara acelerou. De repente, um ser saltou da floresta e pousou no meio do rio, à frente dela. Depois outro e mais outro. Todos olhando para ela.

Eles pareciam seres humanos, mas tinham orelhas pontudas e seus olhos eram de cor estranha. Estavam armados com arcos e lanças, todos apontados para ela. Clara, tremendo, tentava erguer as mãos em sinal de que não queria nada de errado.

Um deles veio à frente, fez um sinal e todos os demais baixaram as armas. Caminhou, então, em direção à Clara.

— Onde... onde estou? Quem... quem são vocês? — perguntou Clara, com os olhos arregalados.

Os seres de orelha pontuda começaram a se olhar, surpresos. Clara pôde ouvir alguns se perguntando:

— "Ela fala a língua comum?"

Tão assustada quanto eles, a humana também não sabia explicar como os entendia.

— Qual o seu nome? — perguntou aquela que se aproximou, parecendo a líder.

— Cla... Clara?! — respondeu ela, ainda sem acreditar que conseguia se comunicar com ela. — Que lugar é este?

— Você está em Lúfen.

— E onde isso fica?

— Em Ezória.

— Em... onde?!

Caçadores de Ezória - A Semente do Amanhã [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora