Capítulo seis

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Nina bebeu mais uma caipirinha depois da minha confissão e admitiu que estava ficando bêbada

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Nina bebeu mais uma caipirinha depois da minha confissão e admitiu que estava ficando bêbada.

— Quer que te leve pra casa?

— Quero ficar contigo — ela diz se levantando da cadeira com um sorriso gentil para o garçom que acabou de receber o pagamento do nosso consumo.

— Quer ficar com o garçom? — Brinco piscando um olho para seu Fernando que já me conhece bem. O sessentão solta uma risada sonora por baixo do bigode espesso.

— Benhur! — ela me repreende com o rosto vermelho e o sorriso frouxo.

Caminhamos pela orla seguindo a direção oposta de onde viemos, onde a rua de paralelepípedo ainda se estende por casarões antigos, sorveterias, cafés e desemboca no Museu Nacional do Mar, nosso lugar favorito.

É meia-noite e a construção amarela de uma quadra inteira, que ocupa os dois lados da rua está fechada, mas a região fica deserta e nos sentamos em um banco de madeira na calçada, com vista para o porto.

Está escuro e o mangue a nossa frente libera um odor característico que predomina em quase toda a Baía da Babitonga. O problema talvez sejam os borrachudos que insistem em consumir nosso sangue em picadas doloridas.

Nina lamenta não sentir falta dessas pestes, quando provoco perguntando se na cidade grande não tem insetos ela se gaba que no apartamento dela não tem.

Tiro o maço de cigarros do bolso traseiro da calça, desesperado por um trago de nicotina, coisa que não consumi a noite inteira.

— O que tá fazendo?

— A fumaça vai espantar eles.

— Não essa miséria de fumaça, a única coisa que tu vai espantar sou eu.

— Achei que queria ficar mais tempo comigo, vai mesmo se intimidar por uma coisinha tão pequena?

Seguro o cigarro entre os lábios e Nina encara hipnotizada. Minha boca, não o cigarro.

Seus olhos parecem derreter tudo dentro de mim.

Agora eu preciso mais do que nunca fumar esse cigarro ou a ansiedade vai me consumir de dentro para fora.

— Vem, vamos sair daqui, se não tem bicho, não tem fumaça.

Ela levanta me puxando pela mão com esforço, solto o peso do meu corpo impedindo que ela consiga me mover. Ela geme baixinho e meu coração acelera.

Nina usa as duas mãos para segurar meu pulso esquerdo, mesmo depois de já ter desistido.

— O que você quer em troca desse cigarro?

Minhas bolas se contraem com uma faísca de possibilidade. Mas não permito que essa ideia germine.

— Vamos aprontar algo — sugiro.

Agora foram quatroOnde histórias criam vida. Descubra agora