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Russo

A um tempo atrás, assumi o chapadão, virei de frente desse morro, eu tava ligado que meu coroa não tava dando conta de cuidar da Babilônia e daqui ao mesmo tempo, ainda mais porque lá tava sendo ameaçado de ponta a ponta, vigia em cada saída e em todas as casas.

Então ele me deixou no comando, e agora tô aqui a uma cota, saio disso aqui nunca mais, meu morro é minha paz e quem tentar cortar minha asa, vai cair que nem anjo expulso do céu, porra.

Terminei de bolar meu primeiro do dia, vendo Camila abrir os olhos preguiçosamente, assumi a danada tem um ano po, puro caô, pressão pra caralho vindo dela e tai, mas não garanto fidelidade.

Ela queria o posto de fiel, eu dei isso a ela, mas não quer dizer que ela vai ter minha fidelidade.

A loira sabia pagar um boquetão filé parceiro, tá nem ligado, mas nem vibrava mais, saca? Enjoei legal, a mó cota, mas sexo bom não se dispensa.

— Bom dia, amor. - veio toda manhosa pro meu lado, abraçou minhas costas e eu me desvencilhei da loira, melaço demais irrita pra caralho menor.

— Se liga, Camila, sabe q eu não curto melação. - peguei o isqueiro no bolso e meti serinho pra ela, que me olhou com aquela cara de arrependimento.

Caô po, tá querendo alguma coisa.

— To precisando ir no salão amor, se podia me fortalecer né? - continuou na gastação arranhando minhas costas, coloquei o Beck na boca e ascendi a parada, sentindo me entorpecer na primeira tragada.

— Cadê a grana que eu te dei ontem, carai? - olhei pra ela que olhava pras unhas grandes, bagulho esquisito.

Acho maneiro, mas a mina faz do tamanho do pé dela aí é foda.

— Gastei na manutenção e comprinhas vida, poxa, tenho que me manter arrumada pra você..  - fez biquinho e eu ignorei, tirando algumas notas da carteira e joguei em sua direção, que soltou um grito chato e beijou minha bochecha.

Limpei na mesma hora, se tá loco.

A loira saiu pela porta saltitante, siliconada dos pés a cabeça, sorriso feitinho e um bronze caro do caralho, a bixona era bonita, mas não me encantava muito não.

Depois de acabar meu baseado relaxadão, colei na boca porque chefe também trabalha, hoje meu coroa ia dar uma passada aqui pra ver como tava o movimento, posso ter a porra dos meus 27 anos nas costas, mas sempre monitorado pelo Sabiá.

— Coé, Russo, teu pai tá lá no QG. - Galego disse assim que cheguei lá, arrumando o fuzil nas costas e soltando fumaça.

Acenei com a cabeça e fui até onde meu pai se encontrava, todo largadão no "trono" dele.

— Fala aí, coroa. - dei um abraço no meu velho e sentei do lado dele.

— Coroa é a quenga que vc come, tô novão moleque, como que anda? - me estendeu o baseado.

Um copo de água e marry juana nunca se nega, peguei e dei uma tragada.

Papo que vai, papo que vem, escutando a conversa dos caras e escutei algo que me interessou.

— Ta ligado na ruivinha que tá morando com a Layane agora? Não vejo a hora de meter a pirocada, gostosa pra caralho mané. - Fininho comentou representando com as mãos, espreitei os olhos.

Porque a Layane não me mandou o papo de moradora nova nessa porra? Virou bagunça, só pode.

— Branquinha do jeito que o pai gosta, aquele cabelo de fogo rapaz, ave maria. - Furão retrucou, continuei na minha brisa e nem rendi mais, depois vejo esse b.o, mó caô.

[...]

— Coé, Layane! Não me passou o papo da moradora nova porque, menor? - a loira me olhou assim que eu entrei dentro de casa, arqueando a sobrancelha.

— Avisei pro Sub, Russo, ele disse que ia te passar o papo. - passei a mão no rosto, R7 cada dia mais inútil, o noia só presta pra comer piranha e cheirar pó.

— O chefe sou eu, tem que vir diretamente em mim, menor. - me joguei no sofá de frente pra loira que me olhou com desdém.

— Sim, Russo, pode sent - Layane foi interrompida por um grito.

— LAY! EU CONSEGUI O EMPREGO! - A ruivinha desceu as escadas correndo, assim que me viu, travou no mesmo lugar, arregalando os olhos claros.

Me ajeitei no sofá e encarei a nova moradora do meu pedaço.

Na faixa dos 1,60, branquinha, sardas espalhadas pelo rosto e pelo corpo, corpão da porra, mas sem exagerar, e um sorriso que trava qualquer noia.

Sem contar nos cabelos de fogo, essa aí vai fazer história.

Babei legal menor, a novinha era tudo de bom, me olhava com uma carinha de assustada e segurava o computador contra o peito, me tirando a visão de seu decote mediano exibindo seus seios durinhos.

— Isadora, esse é o Russo, e Russo, essa é a Isadora. - a menina me deu um sorriso nervoso, travada, fazendo Layane rir e eu soltar um sorrisinho, com muitas intenções.

— Coé Ruiva, qual a boa? - vi a mesma engolir em seco, desviando o olhar.

— Dorinha, para de frescura, Russo vai fazer nada contigo não menina, vem aqui. - Layane disse puxando a menina pra se sentar.

Te falar menor, tava brisadão na novinha, gostosinha, lindinha.

— Vou trabalhar na padaria do Seu Quinzin, Bárbara conseguiu pra mim. - disse tímida, com um sorrisinho satisfeito nos lábios rosados.

— Pô Ruivinha, só progresso pra tu. - passei a língua nos lábios e levantei. - Papo tá bom, mas patrão também trabalha, fala Layane, se liga nas parada. - olhei pra ruiva, dando um sorrisinho de lado. - Foi bom te conhecer Ruiva, vai me ver muito ainda.

A mesma me olhou tímida, com o rosto avermelhado e e eu sorri virando o boné pra frente, saindo da casa.

Entre linhas [F]Onde histórias criam vida. Descubra agora