Era mês de Halloween quando Sakura flagrou o até então marido em sua própria cama com uma secretária vinte anos mais nova.
Também foi no Halloween que ela se viu sem a guarda dos três filhos, numa casa que em seguida também lhe seria usurpada.
Embor...
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"Eu sei que você me quer Talvez você esteja com medo Talvez você devesse
— E aí vai! – Juugo exclamou, pouco antes de estourar a champanhe, espuma e líquido esguicharam em todas as direções enquanto eles gargalhavam.
— Pode encher! – Suigetsu pediu, empurrando a taça, o outro negou com a cabeça, e virou o gargalo na taça de Sakura até quase derramar.
— Nem pensar, a primeira taça é da nossa amiga Sakura, que brilhou essa noite.
— Ah, tão doce! – Ela sorriu, finalmente sentindo todo o estresse e ansiedade das últimas horas deixando seu corpo.
Céus, foi literalmente a maior maratona que havia encarado na vida e sequer se pareceu com qualquer casamento que já participou, incluindo o próprio.
Mas estava feito, não só o laço de amor da jovem Milla e seu marido Pedro estava concretizado, sua festa simplesmente coroou a pré-estreia do Roman Hills e finalmente encerrada, a promessa agora era de que mais eventos bem-sucedidos fariam parte de sua história daqui em diante.
Sakura se sentou numa das varandas, era madrugada e seus pés doíam dentro dos sapatos, sua garganta também ardia um pouco, havia falado com tantas pessoas, mas subir ao palco ou cumprimentar e responder estranhos não foram os verdadeiros desafios dessa noite. E sim, ver finalmente seus filhos e não poder abraçá-los e beijá-los como queria, tampouco carregá-los para casa e os prender lá com ela no aconchego por uma eternidade.
Estava feliz ver Seth e Cheryl tão crescidos e saudáveis, talvez mais pronta para ficar distante deles do que imaginou, mas quanto a Giovanni, ela só queria poder arrastá-lo consigo em seu colo até não aguentar seu peso. Ainda o via como seu bebê, por que ainda era um pequeno garotinho quando sua família desandou, e sendo a pessoa que menos podia entender a situação, ele sofria mais ainda, além disso, não tinha o temperamento forte dos outros dois irmãos para ser capaz de rebelar-se.
— Juugo tem razão, você foi maravilhosa! – Karin disse, sentando-se ao seu lado, Sakura brindou com ela e permaneceu sentada sem energia para muito mais do que observar Juugo e Suigetsu conversando animadamente na ponta da sacada.
— Obrigada, não sabe o quanto estava nervosa, acredite. Eu cresci perto dos palcos, mas nunca fiz questão de estar no centro. – Ela admitiu, ainda sem saber como se sentir sobre a dimensão do que alcançou hoje, sua vida nunca foi sobre ser uma protagonista.
Quando era a criança, Sakura era como um apêndice da mãe, ia aonde ela ia, fazia o que ela queria, talvez com medo demais de se rebelar e se tornar algo descartável? Talvez, mas seria hipócrita de negar que não gostava de estar quieta nos bastidores, era confortável.
