Deu nem tempo de sentir minha falta!
Boa leitura e uma boa noite!
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Medicine - The 197521
Arizona estava desde o dia anterior tentando decifrar a frase da moça com a mandíbula bem delineada. Ficou tentando imaginar a qual música ela se referia e concluiu que "Green Eyes" era uma possibilidade. Combinou de se encontrar com Chris no Central Park e no caminho viu um anúncio de vagas abertas para funcionários na Bloomingdale's. Encarou a loja durante alguns segundos e resolveu entrar.
Depois de alguma insistência, saiu de lá com a entrevista marcada para a semana seguinte. Não era exatamente o que queria, mas já era um começo.
Atrasou alguns minutos para encontrar o namorado, mas ele entendeu o motivo e a parabenizou. Começaram a andar pelo parque de mãos dadas e Arizona explorava o ambiente à sua volta.
– Você parece estar em outro lugar, o que está acontecendo? – o rapaz perguntou, mesmo temendo a resposta.
A loira fixou os olhos na grama e não sabia exatamente o que responder. Ainda demorou um pouco por estar prestando atenção em alguma guitarra ao fundo tocando "I Don't Love You" e pensou na ironia da situação. Finalmente respirou fundo, soltou sua mão e disse: – Eu acho que já deu Chris.
– Já deu o que? – retrucou.
– A gente...
– Só pode estar de brincadeira, né? Você não pode fazer isso assim, sem motivos! – ele contestou inconformado.
– Não é sem motivo! – exclamou encarando-o. – Eu só... queria mais.
– Mais o quê? – perguntou implorando por alguma explicação lógica.
– Eu não sei! – vociferou.
Ficaram em silêncio por um tempo e o rapaz boquiaberto, ainda sem absorver a informação, questionou: – Tem mais alguém?
– Não, não tem ninguém – respondeu revirando os olhos.
– Então o que é? – Chris perguntou exaltando-se.
Arizona desejou não dever mais explicações e queria logo terminar aquela conversa.
– Eu não te amo. Pronto, falei! – confessou depois de tanto ser pressionada. (N/A: #FALEITOLEVE)
Ele a fitou perplexo e procurava nos olhos dela alguma reação, mas não encontrou. Seu olhar não expressava nada. Então virou-se e saiu andando para longe. Arizona sentiu um alívio em seu peito ao vê-lo se afastando. Agora podia começar sua vida pra valer, mesmo não sabendo por onde.
Pelo resto da semana, ela se propôs a conhecer sua vizinhança e todo o Central Park. Todo dia sentava em algum banco e começava a desenhar ou a escrever enquanto observava o movimento por ali. As árvores, os lagos, as pontes e os monumentos de pedra daquele lugar sempre conseguiam inspirá-la. Muitas vezes, pensava sobre a própria situação e sentia medo quando se conta de que estava sozinha em uma cidade grande, sem conhecer ninguém e sem rumo algum. Ainda não havia falado com seus pais sobre o término, pois sabia que pensariam o mesmo e a condenariam por isso. Eles sempre diziam quanto se preocupavam com seu futuro e queriam uma carreira segura para a filha, porém, Arizona acabou não seguindo esses planos.
Pensou em procurar algum curso para fazer por lá, como fotografia ou escrita. Sempre se interessou por todo tipo de arte e sabia um pouco de tudo. Desenhava, cantava, escrevia, amava fotografia e cinema. Também sempre fora uma boa aluna e, por isso, os pais tinham esperanças para seu futuro. O pai sonhava que fosse empresária, assim como ele, para seguir seu rumo, mas a ideia nunca a agradou. Quando estava terminando o colegial, se viu obrigada a escolher para qual cidade ir e onde estudar, mas adiou a escolha e foi trabalhar para o pai. Essa experiência só a fez ter certeza de que não desejava essa vida monótona para ela. Então resolveu ir para Nova York, a metrópole que podia oferecer tudo que quisesse.
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SYNESTHESIA || Adp CALZONA
RomansaSeu número 2 era laranja, sua quarta feira era rosa e podia ouvir a cor dos sons, da música e das vozes. Calliope Torres, uma jovem com sinestesia, tinha a capacidade de ver o mundo de outra forma e mais colorido. Mal esperava que um dia encontraria...