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"Fogo no fogoNormalmente nos matariaMas esse desejo intenso, juntos somos vencedores

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"Fogo no fogo
Normalmente nos mataria
Mas esse desejo intenso, juntos somos vencedores."

- Fire on Fire, Sam Smith

...

A tentação. O mais visceral dos impulsos.

Fazia Aemond perder o juízo, sibilar palavras pela metade, e acalorar seu corpo junto ao dela.

Estava tão fácil para ele consumar o que tanto queria. Foram noites em claro sonhando e imaginando como seria.

Como seria a textura de seus lábios? Aveludados? Acolhedores? Usurpadores?

Como ela reagiria? Se afastaria? Negaria com veemência?

Ou se apressaria em beijar ele de volta, com a urgência desesperada de sentir cada pedaço?

Helaena era inocente e reprimida. Pelo menos para Aemond. Ela soterrava até seu sentimento mais legítimo.

Isso o desesperava profundamente. Ele sempre se considerou rude e frívolo a aponto de não merecer o apreço de ninguém, nem mesmo sua irmã.

Haviam nela luz, e nele trevas.

Contudo, Aemond não podia negar que a inocência de Hela despertava nele um apetite primitivo insaciável.

Era um misto esquisito de raiva com amor. Por ela ser de outro. Por não ser sua.

Por vezes pensava em Aegon... Mas que se dane, Aegon!

Ele não passava de um libertino incurável.

Delicadamente, Aemond estremeu ao tocá-la sem pudor.

Estava escondido de todos e escondido da própria vergonha, sob quatro paredes grossas o bastante para vedar os sussurros de amor proibido contidos ali dentro.

A culpa de Aemond era tamanha que mal cabia em seu peito. Fazia um esforço para limitar-se.

Sua pele alva estava em evidência sobre o fino tecido de linho branco que ele usava para dormir.
Aemond tinha traços marcantes. Uma beleza gritante e muito difícil de descrever.

Com um rosto perfeitamente esculpido pelos deuses, que forjaram seu belo cabelo, e a devastadora íris azul.

Helaena perdeu o fôlego. Respirar era angustiante.

- Pode me tocar se quiser. - ela sibilou dando a ele a permissão que buscava.
Mas ele hesitou, e ela percebeu cedo o suficiente para contornar o efeito amargo disso.

- Não se afaste, Aemond. - pediu cuidadosamente.

E ele, como um bom servo, obedeceu.
Sentia cada deslizar como um turbilhão de emoções.

Os arrepios em seu braço provavam o quão insensata era a situação. Mas não podia pedir para ele parar. Seria injusto com ambos.

Aemond apenas a devorava com os olhos. A íris negra a consumia como uma chama que nunca se apagava.

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