três

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"Não há inocência mais doce do que o nosso suave pecado

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"Não há inocência mais doce do que o nosso suave pecado.
Na loucura e na imundície desta triste cena mundana
Só então sou humano, só então me torno puro."

- Take me to church, Hozier

...

Ele tem um incômodo no peito. É quente, pesado. Soa como raiva enclausurada.

Ciúmes?

Talvez.

A maneira como Aegon quase o pegou ao lado de Helaena, com o corpo emaranhando ao dela, aumentou sua adrenalina.

Seu final feliz, porém, não veio. E ali estava Aemond, com todo anseio violento de tomar posse dela, desmanchando seu ser em um bordel esfarrapado.

Que piada infame!

- Pelos Deuses, como você bebe! - a mulher com o garrafão de hidromel na mão exclama ouriçada.

Ela olha ele com atenção. Ele chama atenção. Mais do que outro homem no salão.

Quando nota ser Aemond, o príncipe, um sorriso radiante invade sua boca.

Ele limpa os lábios com as mangas, o corpo inclinado sobre o balcão velho. A capa cobre o corpo alto e esguio, e o cabelo molhado despenca pelos ombros como um véu.

Seu corpo está congelando, a chuva que cai lá fora é gelada e áspera, mas não impediu Aemond de andar sob ela.

Ele pouco se importou, na verdade, com o vento cortando seu rosto e a água encharcando suas roupas.

Depois da chuva vinha o sol.

É o que costumavam dizer. Mas esqueceram uma coisa:

O sol não veio.

No entanto, a lama estava lá, e Aemond mergulhado nela até o pescoço, sem perspectiva alguma de fuga. Soterrado. Agonizando. Sozinho.

- Está tentando afogar alguma mágoa, meu príncipe? - indagou a garota a Aemond.

- Muitas. - disse, passando os dedos pela beirada do copo, exigindo mais bebida.

- Me parece solitário, precisa de companhia? - fala e despeja o líquido adocidado e alcoólico.

A mulher é jovem, robusta, e com seios salientes. Seu linguajar é sugestivo, na verdade, tudo nela soa sugestivo.

Entretanto, Aemond fica impaciente com suas insinuações. Elas irritam ele levemente, fazendo-o lembrar o motivo de estar ali.

Seus pensamentos quase o levam a loucura, fazendo desejar a companhia fútil de uma estranha ao quarto escuro e vazio do castelo.

Ou aos gemidos de Aegon que ecoam pelos corredores. Até perder um olho foi menos doloroso, pensa.

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