-ARABELLA
Ai meu Deus! Ai meu Deus! Vou me atrasar pro trabalho... Onde está? Onde está? AI meu Deus! Onde estão as benditas chaves? Como é que vou para o trabalho sem as benditas chaves do meu carro? HAAAAAAA ONDE ESTÁ?
- Ouuu, calma filha, elas então aqui, eu achei debaixo do sofá e guardei aqui dentro desse potinho para você não perder de novo. Como é que você sempre perde essas chaves? Todo dia é isso minha filha...
- Nem eu sei, mãezinha, mas obrigada. Vou trabalhar agora, ta? Já 'tô atrasada, Lydia vai me matar! ...Ah, mamãe, não me espere para o jantar, ta. Vou ficar trabalhando até tarde, qualquer coisa me liga, ‘tá? Tchau, mamãe.
-Tchau, meu bem, bom trabalho. Deus te proteja!Como é que ela consegue ser tão perfeita? Fico pensando em minha mãe. Ela é muito forte. Mesmo doente é a pessoa mais forte que conheço. Além de passarmos por muitas dificuldades ela sempre sorri; sempre faz de tudo para agradar a mim e a sarah. Sarah é minha irmã mais nova. Que não pode morar com agente por causa das dificuldades da nossa mãe. Uma mulher solteira, sem trabalho, pois está doente e não pode fazer muito esforço que dói. Seu marido, ou seja, meu pai nunca deu nenhum apoio para ajudar para que ela fizesse sua cirurgia. Além disso, ele pegava o dinheiro para gastar com cachaça. Ele deixava eu e minha mãe sozinhas em casa para sair para beber. Bem, antes era só eu e minha mãe, mas minha mãe engravidou da minha irmã mais nova.
Quando meu pai descobriu que minha mãe estava grávida, ele se revoltou, bateu nela e expulsou a gente de casa. Minha mãe estava muito desesperada, pois não sabia para onde ir. E como ia sustentar duas crianças. Ela rodou muito atrás de emprego e de ajuda. Até que minha tia, que mora em Brasília, a chamou para morar com ela. Minha tia também era doentinha e morava sozinha. Fomos morar com minha tia em Brasília, onde minha irmã nasceu. Minha mãe trabalhava mesmo não podendo. Ela não queria deixar a gente sem nada e também queria ajudar minha tia com a despesa da casa . Eu já tinha meus 17 anos, estava terminando a faculdade de Direito, e também estava trabalhando com minha amiga Lydia. Conheci Lydia assim que entrei na faculdade. Nos tornamos melhores amigas, mas ela acabou indo para Nova York com sua mãe. Aí eu tive que ficar sozinha. Mas foi por pouco tempo, pois também fui morar lá! Infelizmente Sarah teve que fica em Brasília. Pois ainda não terminou sua faculdade. Ela resolver fazer faculdade de medicina e disse que ia ficar para ajudar com nossa tia. Minha mãe sentir muita saudade dela, e chama ela diretor para vim mora com a gente.
Em Nova York, alugamos um apartamento, este onde moramos agora. Lydia e eu arranjamos um trabalho em uma boate onde fazemos coquetel. Um trabalho que chegou em boa hora. O dinheiro não é muita coisa. Mas deu para tirar minha mãe do trabalho pesado, e dá para pagar o aluguel e de colocar comida na mesa. Às vezes, quando sobra um dinheirinho sempre compro uma lembrancinha para ela.
Chego ao trabalho preparada para a bronca que vou levar pelo o atraso.
- O que aconteceu, onde você estava? Você está atrasada, Bella, de novo...amiga eu não posso te cobrir direto não. Eu também preciso trabalhar. O que está acontecendo? É alguma coisa com tia Bianca? O que estiva acontecendo, por favor Bella, me fale! Eu posso te ajudar! Não muito, mas posso.
-Não.. mamãe está bem...e não está acontecendo nada, não se preocupa. Foi o de sempre.
- Ah, Fiona , você não perdeu suas chave de novo?
- Desculpa, mas é que eu sempre esqueço onde a boto. Lydia já falai para vc para de mim chama de Fiona.
- AHHH, a gente vai comprar um potinho para colocar essa chave. E eu gosto de te chamar assim e fofinho.
- Não precisa, dona Bianca já cuidou disso, e eu não vou mais perder essa chave e nem vou me atrasar. E não esse apelido não e fofinho.
- Tá bom, Fiona , vamos trabalhar porque esse lugar ‘tá lotado.***
-Fim do expediente,galera. Vocês podem ir embora, ‘tá. Bella e eu fechamos a boate. Vão descansar porque hoje o dia foi muito cheio!***
Chego em casa, me desfaço da minha bolsa, vou para o meu quarto e vou tomo um banho. Realmente, Lydia tem razão. O dia hoje foi muito cheio e cansativo. Depois que todo mundo foi embora, ficou somente ela e eu para fechar a boate. Depois, ainda levei Lydia em sua casa e vim embora.
Saio do banheiro e vou até o guarda roupa, visto meu pijama de dormir, e vou até a cozinha beber um copo d'água, mato minha sede e vou em direção ao meu quarto, quando escuto um gemido de dor, vindo do quarto da minha mãe. Vou até lá para ver o que está acontecendo com ela. Abro a porta e a vejo choramingando de dor. Chego mais perto dela, e pergunto:
-Mamãe, o que aconteceu?
-Nada, meu bem. Só ‘tou com a mesma dorzinha.
-A senhora já tomou seu remédio?
-Ainda não, não consigo me levantar para pegá-lo.
- Pode deixar, mamãe, eu pego para senhora.
Dou seu remédio e digo que vou dormir com ela. Ela concorda e eu deito ao seu lado. Faço carinho em sua cabeça e ela dorme lentamente.
Não vejo a hora de acabar com essa sua dor, minha mãe. Ver minha mãe assim dói muito...
- Haaa – bocejo - Estou muito cansada, o dia de hoje foi cansativo demais pra mim.