65- Curativos

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Robby Keene P.O.V

-O que aconteceu com você, querido?- Jenna, a mãe de Jade e Eli, diz deseperada assim que abre a porta

-Não foi nada, sra. Moskowitz- digo tentando esconder as minhas mãos que estavam enfaixadas desde que eu soquei diversas vezes o asfalto do estacionamento no dia que a Jade terminou comigo

-Entre, querido, deixe-me trocar esse curativos- ela diz me puxando para dentro

-Sra. Moskowitz, eu juro que estou bem- tento contornar a situação

-Cale a boca Robby, deixe minha mãe ajudar você- Falcão diz aparecendo na sala assim que eu me sento no sofá

-Eu só quero ver a sua irmã- murmuro

-Você vai ver ela quando estiver com uma aparência melhor- ele diz dando um sorriso ladino- O que aconteceu com você?

-É difícil ficar bem quando você perde tudo de importante de uma vez- digo quando Jenna começa a abrir os curativos antigos

-Como vai lutar no torneio desse jeito?- ela pergunta olhando para as feridas abertas

-Não irei- dou de ombros- Cansei do Karatê

-Acho que esse karatê já está saindo de moda, você saiu, Eli e Jade também- ela diz rindo

-Você saiu?- pergunto confuso

-Depois do que aconteceu, eu achei melhor dar um tempo nessa parte da minha vida- ele dá de ombros- Nada é mais importante que a minha irmã

-Como ela está?- pergunto para nenhum específico

-Ela está na mesma- Eli diz respirando fundo- Não sai do quarto, não come, não fala

-Tentei fazer ela sair de casa, mas nada que tentamos funcionou- minha ex sogra diz- O máximo que conseguimos foi fazer ela fica por uns dez minutos aqui na sala com a gente

-Mas ela logo correu para o quarto depois de passar esses minutos olhando para  o meu cabelo raspado- ele diz

-Com quem vocês estão...- ouço a voz dela

Ela estava pálida e os cabelos cor de cobre estavam amarrados em um rabo de cavalo, usava um short de lycra e uma das minha camisas que eu devo ter esquecido aqui ou ela ter pegado quando ficamos no meu antigo apartamento

Não sei por quanto tempo ficamos nos encarando mas foi tempo o suficiente para Jenna e Eli saírem e nos deixarem a sós, aproveito o tempo para olhar para ela, consegui ver algumas marcar vermelhas nas suas pernas e braços, desconfio que seja das suas unhas. Seu rosto estava vermelho, mas não aquele corado que eu acho lindo, eram de choro e isso faz meu coração se apertar

-O que aconteceu com você?- ela pergunta encarando minhas mãos

-Nada com o que se preocupar- tento deixar a situação fora de mim, meu foco é, e sempre vai ser ela- Como você está?- pergunto preocupado

-Estou bem- ela diz dando de ombros- Deixe-me terminar isso

Ela se senta no sofá e termina os curativos que sua mãe deixou inacabados, meu corpo treme ao sentir o toque dela nas minhas mãos

-Eu sinto muito- digo quando ela termina os curativos e ela trava com a minha fala

-O que?- pergunta confusa

-Eu sinto muito por tudo, me desculpa pelo que aconteceu com seu irmão, pelo que aconteceu com a gente- digo e eu vejo seus olhos marejados- Eu amo você, Jade

-Eu amo você, Robby- ela assume depois de respirar fundo- Mas você sabe que eu não posso, eu...

-Você pode- Eli diz aparecendo saindo da cozinha- Jade, eu amo você, mas não preciso que coloque minhas necessidades acima das suas, eu vou ficar bem desde que você fique bem e você só é você quando está com o Robby

-O que você está dizendo, Eli?- ela pergunta confusa e o irmão limpa uma lágrima teimosa

-Podemos colocar nossas diferenças de lado e nos dar bem, tudo por você, minha irmã, eu só quero que você seja feliz- ele beija sua bochecha- Cuida dela, por favor

-Sempre- digo me levantando do sofá no momento que ela olha pra mim

-Mas, e a briga entre os dojôs?- ela pergunta receosa

-Jade, pelo amor, agarra esse homem- Jenna grita da cozinha

-Eu sinto muito, sinto muito por tudo, por tudo que aconteceu e pela forma que as coisas acabaram entre nós, eu sinto muito- ela diz me abraçando enquanto soluça

-Princesa, está tudo bem, eu prometo- a aperto mais contra mim tentando a manter o mais próximo possível

-Eu senti tanto a sua falta- ela diz enterrando seu rosto na curva do meu pescoço, algo que ela faz sempre que está triste

-Eu senti saudades- beijo sua bochecha- Senti saudades do seu toque- beijo a outra bochecha- Senti saudades do seu cheiro- beijo a ponta do seu nariz- Eu senti saudade de você por completo, minha princesa- beijo sua testa

-Beija logo ela- a mãe dela grita empolgada

-Eu te amo- encosto minha testa na sua- Eu te amo tanto

-Eu te amo muito- ela finalmente me puxa pela correntinha em meu pescoço e me beija

Me sinto finalmente completo, as mãos dela no meu pescoço enquanto as minhas estavam na sua cintura, as borboletas no estômago, algo tão certo

-Vou precisar me acostumar com isso- ouço Falcão resmungar

No MercyOnde histórias criam vida. Descubra agora