72 - Pimienta Malagueta

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Jade Moskowitz P.O.V

-O cara do pátio disse que vamos precisar de 4 mil pesos- Johnny diz - Isso é um milhão de dólares

-Na verdade, são duzentos dólares, mas de qualquer forma só temos metade disso- Robby diz

-É, mas não podemos encontrar o Miguel sem a van- Johnny responde

-E como planejam fazer para conseguir o dinheiro?- pergunto curiosa, e com um pouco de medo da ideia que tiverem

Assim que eu fecho minha boca, eles olham para o campeonato de comer pimenta e ocorria a alguns metros de nós, coloco a ponta dos meus dedos na minha têmpora já prevendo o que vai acontecer

-Por favor, digam que não é o que eu estou pensando- peço murmurando

-Aquela pimenta é mortal, pode fazer um buraco no estômago- Robby diz e eu seguro a vontade de revirar os olhos enquanto seu pai o olhava impressionado- Eu sigo um canal no youtube- ele diz dando de ombros

-É a nossa chance de voltar para o jogo- Johnny diz- Se eu ameaçar vomitar, vocês tapam a minha boca

-Espera, eu vou- Robby diz e eu uso as duas mãos para bater na minha testa

-Não Robby, eu resolvo- seu pai diz

-Como você disse, é a nossa chance de voltar para o jogo- Robby diz dando um sorriso ladino- E eu sei que eu consigo

Robby Keene P.O.V

-Ainda não acredito que você fez isso- Jade diz preocupada enquanto colocava um pano molhado em minha testa- Como comeu a última pimenta?

-Eu não comi- digo e ela me olha confusa, então eu tiro a pimenta amassada do meu bolso

-O que você estava mastigando então?- meu pai pergunta

Levanto o pacote de salgadinho que meu pai comprou em uma loja de conveniência, fazendo os dois começarem a rir

-Isso sim, é uma boa história- meu pai diz- Foi a coisa mais maneira que eu já vi

-Então por que eu estou fazendo compressa na sua testa?- Jade pergunta irônica

-Porque eu gosto de você cuidando de mim- digo dando de ombros e ela joga o pano molhado no meu rosto

-Oi, Carmen - ouço meu pai falar e vejo que está falando no telefone- Ele disse alguma coisa?

-Será se o Miguel deu notícias?- Jade pergunta e eu fico olhando curioso para o meu pai

-Estão indo para El Hoyo Verde - meu pai diz e eu tiro o celular do bolso para pesquisar o local

-Temos que voltar- informo assim que eu vejo o endereço

-Certo, estamos indo- ele diz antes de desligar o telefone

- Um clube de luta?- Jade pergunta vendo a página do local no meu celular

Assim que chegamos no local, entramos pela porta de trás, possivelmente a do vestiário, já que alguns homens se aqueciam

-Procuro Hector Salazar- ouço meu pai perguntar para alguns dele que não lhe davam o mínimo de atenção

- Acho que não é uma boa ideia ficar perguntando para qualquer pessoa o nome desse homem- Jade diz no meu ouvido enquanto segurava minha mão mais forte

- Ele está ali, lá no segundo andar- meu pai diz - Miguel- começa a gritar pelo seu nome

- Son dos y una mujer - ouço um grupo de homens falar próximo ao ringue

- Pai, melhor irmos embora- digo puxando a Jade para trás de mim

Jade Moskowitz P.O.V

- Vamos, El Rayo Blanco - digo segurando o riso quando nos aproximamos da van após sairmos do clube- Por que sempre tem que terminar com uma briga?

-É para poder continuarmos com a emoção- sr. Lawrence diz rindo quando eu começo a dirigir

-Ainda precisamos encontra-lo- digo respirando fundo

- Eles não podem ter ido muito longe- Robby diz- Vamos atrás de algum hotel para passarmos a noite

-Se aqueles caras vieram defender o Hector daquele jeito, não são apenas amigos- declaro enquanto tento usar todos os meus neurônios para pensar em algo- São seguranças, e você só tem seguranças quando teme alguma coisa

-O que o Hector deve temer?- Johnny pergunta

-Vocês, eles estava temendo vocês- digo ao olhar para suas blusas- As blusas do FBI, eles pensavam que vocês eram agentes federais

- Mas ele teria algum motivo para temer tanto os federais?- Robby pergunta

-A julgar pelo bairro e pelas ruas, aquilo não era só um clube da luta- digo

-O que era então?- Johnny pergunta confuso

-Era uma casa de tráfico- Robby diz ao seguir meu raciocínio

-Precisamos achar o Miguel o mais rápido pos...- freio o carro bruscamente antes de terminar a minha frase

Miguel estava a alguns metros de nós, na frente de um bar, e com o celular no ouvido e obviamente abalado, me preparo para sair do carro, mas meu sogro segura meu ombro antes de abrir a porta de trás

-Miguel- sr. Lawrence grita chamando a atenção do Diaz

- O que nós faremos agora?- Robby pergunta ao sairmos do carro

-Nós vamos para casa, meu amor- digo segurando sua mão - Vamos para casa

No MercyOnde histórias criam vida. Descubra agora