Sweet Lies -Dramione (Livro 1)

Capítulo 41

Gina

Entro em casa respirando com dificuldade, ele a pegou, pela primeira vez em 6 anos eu sinto aquela dor novamente.

As palavras de Draco em minha mente são como facadas, elas me levam a momentos distantes que ainda estão presos em minha mente.

Há exatamente 6 anos atrás...

Mamãe chora copiosamente a minha frente, não sei o que fazer, não sei como consolar ela.

Olho para o tribunal todo montado a nossa frente, eles nos olham como se fossemos iguais ao meu pai.

Ele está lá também, está sentado como se estivesse em nossa casa lendo o jornal na cozinha pela manhã.

-Chamo ao júri, Gina Weasley como testemunha. -Engulo seco.

Me levanto e ajeito meu vestido azul marinho surrado, não tínhamos dinheiro nem para comprar roupas decentes.

Perdemos tudo.

Me sento ao lado do juiz, ele ao menos me olha, deve compartilhar a mesma opinião de todos que falam que nossa família é um perigo.

-Senhorita Weasley, pode me responder o que viu naquelas fitas? -O advogado de acusação começa e eu sinto vontade de chorar.

-Protesto. -O advogado de papai grita. -Ele está perguntando algo de domínio público, todos sabemos o que há naquelas fitas.

-Protesto negado. -O juiz bate o martelo.

Engulo seco, não queria falar, as lágrimas acumuladas em meus olhos começam a descer por meu rosto.

-Elas... -Olho para o tribunal e todos estão olhando diretamente para mim. -Tinham pessoas... sendo mortas.

-De qual forma? -Diz e meu coração acelera.

-Asfixia... -As câmeras estão todas diretamente para mim, aquilo faz minhas mãos soarem. – Decapitadas.

Não consigo falar mais que isso.

-E o que ele fazia após isso? -Olho para o advogado desesperada.

Choro controladamente, abaixo a cabeça e escondo o rosto para chorar.

-Ele... ele fazia...ele tinha relações. -Um soluço sai pela minha boca.

-Quais tipos de relação? Detalhe. -Meu olhar de desespero aumenta.

Olho para papai, ele abaixa a cabeça e ri, não acho nada disso engraçado, quero ir embora.

-Se... sexuais. – O tribunal se estremece e eu choro mais ainda.

-Sem mais perguntas. -Diz e se retira.

-Pode retornar ao seu lugar. -O juiz diz apenas para mim ouvir.

Me levanto tremendo, minhas mãos soam e acho que vou desmaiar a qualquer momento.

Minha família me olha com ódio, mamãe e Ronald principalmente, eles me odeiam, eles me acham culpada.

Me sento entre George e Fred que ainda não tinham uma opinião fixa sobre o que estava acontecendo em nossa família.

Papai se vira para nós, ele olha diretamente para mim.

-Meu único arrependimento foi não ter feito você de vítima. -Quero sumir naquele momento.

Atualmente...

Mamãe tirou sua própria vida naquela noite, nunca a entendi, mas hoje começa a fazer sentido.

Chega um momento que você não sente mais nada, dói saber que no fundo, quando você for embora, ninguém vai sentir sua falta.