Ele pode ser destruição ou minha salvação. Pode ser o gelo ou o fogo que queima.
Callisa aprendeu a se virar sem magia e sozinha desde que seus pais foram mortos por seus poderes. E negou toda a sua poderosa magia de origem por medo de usa-la. Mas s...
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Quantas escuridões são necessárias até vermos a luz?
Naquele momento era o que estava em minha mente. Escuridão.
Maslogo essa escuridão sumiu dando lugar aos pesadelos. E é nesse momentoque sei que minha mente tomou controle. Brincando comigo. Não era oprimeiro e não seria o último.
Outra vez eu estava sentada vendo o sonho, mas não fazendo parte dele.
Dessa vez, poderia dizer que era uma lembrança, mas, não sabia ao certoaté que ponto as criação da minha mente iriam dessa vez. Mas era omesmo pesadelo familiar que sempre me atormentava.
A morte de meus pais.
Encostei na parede vendo tudo, torcendo para acordar e o pesadeloterminar antes do final.
Meus pais estavam na minha frente. Atenciosos e cuidadosos, escrevendocartas na mesa. Levaria tempo até que chegassem ao destino. Nem todostinham as mesmas condições. Demoravam. As vezes nem chegavam.
- Quer fazer um desenho, Callisa? - minha mãe disse quando se aproximoude mim com a carta em uma mãos e papel em outra - Podemos mandarjunto com a carta.
O brilho em seus olhos aumentou quando peguei o papel de suas mãos ecorri para a mesa.
- O que vai desenhar? - Agachou ao meu lado olhando comcuriosidade. O mesmo ar maternal de sempre. Eu sentia falta daquelaproximidade.
E aquele desenho... Tinha culpa também com o que aconteceu.
- Não sei - olhei para a janela procurando algo para desenhar. O jardimestava lindo. Ela sempre foi cuidadosa.
- Desenhe o que está sentindo - ela acariciou minha mão e se afastou medeixando sozinha.
Não era muito difícil, era? Não deveria ser.
Contornos e sombras que eu nem sei de onde surgiram. Era o que estava emminha mente, assim como ela tinha dito para fazer. Desenhei até quase nãosobrar espaço na folha.
Olhando ao redor, por aquele sonho, percebia como também sentia faltadaquele lugar. Afastado e quieto. Longe de tudo e de todos de Monterak.
Osmóveis de madeira feitos a mão por meu pai. Detalhados e bem cuidadosexalando o cheiro da madeira de cedro no ambiente. Com as decorações feitascuidadosamente por minha mãe.
