CAPÍTULO 01

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Acordo com o som do galo cantando e resmungo, virando-me na cama e colocando o travesseiro sobre minha cabeça

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Acordo com o som do galo cantando e resmungo, virando-me na cama e colocando o travesseiro sobre minha cabeça.

Levanto-me e caminho até a janela, afastando a cortina e tendo a visão mais bonita possível: o sol começando a nascer em um céu sem nuvens e o meu jardim cheio de pequenas flores amarelas e azuis. Mamãe amava cuidar desse jardim, e eu quase posso ouvi-la cantando enquanto cuida das flores.

Com um sorriso saudoso no rosto, caminho para o pequeno banheiro para tomar banho. Papai já encheu a banheira, e suspiro aliviada por não precisar ir até o poço que fica na frente de casa para pegar água. O poço já estava ali quando nos mudamos para o vilarejo e facilitou muito nossa vida, não precisando ir até o centro da aldeia para pegar água.

Meu corpo se arrepia ao entrar em contato com a água gelada, e estremeço ao deixar meu corpo afundar na banheira. Tomo meu banho e lavo meu cabelo, coloco um vestido azul claro e me sento em frente à penteadeira para desembaraçar meus cachos. Passo um óleo que mamãe inventou, que é muito bom para hidratar meu cabelo, e amasso os cachos em minhas mãos, olhando-me no pequeno espelho e sorrindo com meu reflexo.

Acabei de fazer dezoito anos e sou muito parecida com mamãe. Meu pai diz que, quando ficar mais velha, serei a cópia fiel dela e que o homem que conquistar meu coração será muito feliz.

- Bom dia, papa - cumprimento ao entrar na pequena cozinha.

- Bom dia, ma fille - ele beija minha testa, e eu sorrio. - Como passou a noite?

- Bem, e o senhor? Alguma dor? - pergunto depois de me sentar à mesa com ele.

Papai sofre com muitas dores nas costas; passar tantos anos curvado para consertar objetos teve suas consequências. Papai é um pintor muito talentoso, tenho que dizer, mas também é muito bom em consertar coisas. Infelizmente, as pessoas dessa aldeia não admiram muito a arte. Às vezes, ele viaja para vender seus quadros para pessoas de fora, e fico feliz em saber que existem pessoas sensíveis ao ponto de gostar de pinturas.

- Passei bem, querida, não se preocupe - ele fala, e eu suspiro.

Tomamos café enquanto conversamos sobre suas pinturas encomendadas e o último livro que li.

- Querida, sabe que as pessoas da aldeia não gostam muito da sua mania de ler - ele fala, e eu bufo. - Tem que se enturmar mais. Estou velho, e você precisa de companhia e alguém para formar uma família.

- Papa - faço bico, segurando sua mão. - Você vai viver muito, e essas pessoas são chatas e não me entendem - falo, e ele suspira, negando com a cabeça. - O homem com quem eu me casar terá que ser gentil, carinhoso, sensível e, principalmente, não implicar com minha leitura. As pessoas daqui não são para mim.

- Ma fille, você nem ao menos tenta - desvio meu olhar para o pedaço de bolo no meu prato, e ele respira fundo. - Eu quero que seja feliz. Eu te amo e não quero que sofra sendo uma solteirona.

A Bela e a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora