Bela para proteger seu pai acaba sendo levada por uma fera assustadora, ele é mal educado e mal-humorado, a mantém presa e apesar de saber falar vive soltando rosnados e grunhidos que a irritam mas ela não consegue evitar se sentir atraída por ele e...
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Encaro meu reflexo no espelho quebrado e fico ainda mais irritado do que já estou; ela nunca vai me amar, e eu vou morrer como um monstro.
Todo o meu quarto já está destruído: lençóis rasgados, cama quebrada, cortinas destruídas e as paredes arranhadas – e isso não é nem metade das coisas que sinto vontade de fazer. Quero destruir tudo para que todos vejam como eu estou por dentro.
Escuto alguém nas escadas e saio do quarto para encontrar Lumière parado no corredor, com um olhar irritado, e ele suspira.
- Mande-a embora - fecho minhas mãos em punhos, irritado com sua fala. - O quê? Você nem ao menos quer tentar. Então devolva-a para o pai e continue com a sua vida do jeito que está - o sotaque dele torna as palavras engraçadas, mas eu bufo, desviando o olhar. - Ou peça desculpas - rosno, revirando os olhos. - Você tem que tomar uma atitude, amigo.
- Saia, Lumière - mando, e ele suspira.
- Sou seu amigo, quero o seu bem - e então se vira e vai embora.
- Pedir desculpas - resmungo, achando a ideia nem um pouco atrativa. - Nunca.
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Batem na porta, e é tão leve que, se não estivesse perto dela pensando em sair, eu não saberia que bateram.
- Quem é? - pergunto, indecisa, brincando com o tecido do meu vestido. Tomei um banho e coloquei um dos muitos vestidos que estavam no guarda-roupa, com a ajuda de Plumette.
- Sou eu - a voz dele está mais baixa, e a indecisão está presente na forma como as palavras deixam sua boca.
- Eu queria… - ele fica em silêncio, e eu faço questão de não falar nada. - Des… - ele murmura, e eu faço uma careta por não entender.
- O quê?
- Desc… - ele está tentando se desculpar? Acho que ele nunca fez isso na vida.
- Não ouvi - falo, e ele rosna.
- Desculpa - rosna a palavra, e eu faço careta. Ele só sabe rosnar?
Abro a porta e dou de cara com ele de braços cruzados e uma expressão engraçada de descontentamento. Levanto uma sobrancelha, esperando que ele fale, e escuto um grunhido.
