CAPÍTULO 03

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- Ei, Mademoiselle -  escuto aquela voz com sotaque e abro meus olhos

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- Ei, Mademoiselle -  escuto aquela voz com sotaque e abro meus olhos. - Vamos, vou te levar para o seu quarto -  fico encarando-o ainda sentada. - Vamos.

- Meu quarto? - pergunto confusa, e ele balança a cabeça abrindo a porta. - Como assim?

- Não é certo uma dama estar nas masmorras; vou te levar para um local adequado.

Não falo nada, mas o sigo em silêncio. Ele diz que não posso ir à ala oeste, e eu pergunto por quê, mas ele desconversa, dizendo que não existe tal ala. Fico desconfiada, mas logo esqueço quando ele abre uma grande porta branca.

- Uau -  sorrio, admirada com o quarto.

- Muito mais adequado, certo?

- É lindo -  elogio, e ele sorri. Cada detalhe do quarto é sofisticado e delicado, em tons de dourado e branco.

O quarto tem uma cama enorme e um guarda-roupa ainda maior, penteadeira com um espelho muito maior que o meu e um lustre enorme com pedrinhas brilhantes no meio do teto.

- Uhm -  me viro e vejo o tal Cogsworth parado na porta. - Eu não me apresentei adequadamente. Eu sou Cogsworth, o mordomo do castelo - ele coloca uma mão na barriga e outra atrás das costas e então se curva.

- É um prazer, Mademoiselle Bela.

- Muito prazer - sorrio.

- Eu sou Sra. Potts, a cozinheira. Vim conhecer a mulher que vai domar a… - ela para de falar quando leva uma cotovelada, e levanto minha sobrancelha.

- Esse é meu filho Chip - só agora noto o menininho escondido atrás de sua saia bufante.

- Oi, pequeno - me abaixo para falar com ele e sorrio.

- Oi - ele sai da saia dela e sorri para mim.

- Você é linda,” ele toca meu cabelo e sorrio com o elogio. - Ele vai gostar de você, tenho certeza.

- Ele quem? - pergunto curiosa.

- Ué, o A… - começa, mas a mãe o puxa para trás.

- Ninguém. Vou até a cozinha fazer um chá para você, pois deve estar cansada. - Ela não espera minha resposta e simplesmente se vira e vai embora, me deixando confusa.

- Vamos deixar você a sós - Cogsworth fala e então puxa Lumière pelo braço para fora, fechando a porta em seguida.

- Hm - mordo meu lábio e então olho para as janelas e sorrio. - Vou sair daqui - corro para lá, mas levo um susto com a altura. - Merda -  estou a quilômetros do chão.

Olho para o guarda-roupa e tenho uma ideia estúpida. Começo a pegar as cobertas e, então, amarradas uma na outra, eu vou sair daqui. Estava amarrando mais uma coberta quando batem na porta, e peço para entrar depois de esconder as cobertas atrás de mim.

- Oh - Sra. Potts fala surpresa, olhando para a janela onde tem algumas cobertas já com nó. - Você parece ocupada, que tal um chá com bolo? - ela diz e arrasta o carrinho até mim.

- Uau - Chip fala quando vê os lençóis e então corre para a janela, tocando neles. - Quando estiver pronto, posso descer também? - arregalo meus olhos, e ele ri.

- Chip, não seja bobo, ninguém vai descer aí - ele faz bico para a mãe. - É muito perigoso - ela me olha séria.

- Quero ir para casa.

- Sinto muito, eu não posso ajudar - ela sorri triste.

- Mas posso te oferecer chá - me estende a xícara com uma expressão culpada, e sorrio, pegando.

- Obrigada.

- Bela, você tem marido? - Chip pergunta, e o olho rindo.

- Não.

- Se o Adam não te quiser, você pode casar comigo? -  ele pergunta, e dou risada.

- Chip - a mãe o repreende.

- Quem é Adam? -  pergunto, mas ele balança os ombros e então me abaixo na sua frente. - Você é meio novo pra mim - bagunço seus cabelos, e ele ri.

- Não tem problema, eu vou crescer - fala, e dou risada.

- Vou ser forte.

- Aposto que vai - sorrio, acariciando sua bochecha.

- Você é muito fofo.

- Você é linda -  elogia, e dou risada, assim como sua mãe.

- Tá bom, já chega, Chip. Vamos sair e deixar ela descansar -  ela pega na mão dele, e os dois se despedem, fechando a porta ao sair.

Suspiro e olho para a janela e os lençóis. Péssima ideia. Levo o carrinho com o chá e o bolo para as poltronas na frente da lareira e me sento, aproveitando o calor das chamas enquanto tomo o chá. Me encosto na poltrona, dobrando minhas pernas embaixo de mim e ficando de lado. Fecho meus olhos e durmo assim mesmo.

Acordo com uma claridade em meu rosto e abro meus olhos, estranhando o lençol que está em cima de mim. Tenho certeza que dormi sem ele. Suspiro quando vejo o carrinho na minha frente, abastecido com pães, bolo e café. Faço careta, olhando em volta e encontrando o quarto vazio, e então decido comer.

O dia vai passando, e eu vou ficando cada vez mais entediada. Não tem nada para mim fazer, não quero sair do quarto, pois passei por vários corredores e aposto que vou me perder, e ninguém mais apareceu.

Deito na cama, bufando de raiva ao perceber que passou o dia e ninguém veio me trazer o almoço. Minha barriga ronca, e resmungo, me virando de bruços na cama. Acho que cochilo, porque acordo com batidas na porta e o céu já está escuro lá fora.

- Quem é?” pergunto, olhando para a porta.

- Me acompanha no jantar? - escuto aquela voz forte falar, e faço careta.

- Me convida para jantar com você depois de me fazer sua prisioneira? Enlouqueceu? - falo irritada, e escuto seu rosnado, e então ele começa a esmurrar a porta.

- Eu disse para me acompanhar para o jantar - sua voz fica mais grave quando ele fica irritado, mas não ligo.

- E eu disse não - grito de volta, e o escuto bufar.

- Prefiro morrer de fome a comer com você -  falo irritada.

- Fique à vontade - ele grita e então o escuto falar com alguém do outro lado. - Se ela não comer comigo, então não vai comer nada. - fico indignada com sua fala e então solto um grito de pura raiva. Como ele pode ser tão idiota?

O tempo passa, e eu continuo sentada na minha cama de braços cruzados e expressão irritada. Alguém bate na porta, mas não respondo, e então a pessoa abre, mas não olho quem é.

- Ah, Bela - Sra. Potts fala, e respiro fundo. - Sinto muito, trouxe o seu jantar. -  Olho para ela e encontro, além de Lumière e Cogsworth, mais um homem e três mulheres.

- Eu sou Plumette, essa é Madame Samovar e Senhor Cadenza e Madame Garderobe - eles acenam para mim, e sorrio sem jeito.

- Oi, pensei que não ia poder comer - falo, olhando para a comida que parece deliciosa.

- Querida, ele não quis dizer isso - Sra. Potts fala, e a olho, cruzando os braços. - Ele não é ruim como parece; passou por coisas ruins aconteceram e ele foi um péssimo pai, o que transforma as pessoas.

Fico olhando para ela, que suspira. Então, cada um deles começa a falar sobre como Fera os ajudou no passado. Quando pergunto por que ele está assim, eles mudam de assunto. Quando eles vão embora, suspiro e, como meu jantar é depois, vou dormir.

Que dia.

A Bela e a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora