01- Filhos da mesma mula

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Sophia:
Paiê!O grito ecoou pelo extenso corredor da casa parcialmente quieta para uma manhã.

Poncho:
— Ninguém se mexe! O que houve? É bandido? Está machucada? – Poncho saiu do seu quarto trajando nada mais que uma cueca.

Sophia:
— Ah pai, meus olhos! Não preciso saber a cor das suas cuecas. –Tapou os olhos dramatizando a situação.

Poncho:

— O que diabos aconteceu no seu cabelo? – Sua mirada percorreu as mexas da filha originalmente loiras escuras, mas que naquela manhã exibia um tom de rosa nada agradável

Sophia:

– O babaca do filho que você decidiu não mandar para um internato passou tinta nele enquanto eu dormia. ENQUANTO EU DORMIA COMO UM ANJO, PAPAI. – Sapateou, no corredor – Pelo amor de Deus, ponha uma roupa para que eu possa reclamar com dignidade. – Voltou a cobrir os olhos.

Alana:

— Hoje o inferno vai congelar! – O grito irado reverberou no quarto ao lado – Miguel eu espero que você tenha feito tudo que quis na vida porque hoje ela acaba! – Um rosto idêntico ao que estava parado no corredor surgiu. – PAI!

Alana exibia cabelos exageradamente roxos.

Poncho:

Eu devia ter tido cachorros. Cachorros não filhos. Cachorros são tão fofos. – Revirando os olhos, Poncho voltou para seu quarto para vestisse apropriadamente para o que viria a seguir. – Se serve de consolo eu gostei muito do novo estilo de vocês. – Brincou de volta ao corredor.

Alana e Sophia

— PAI! – As gêmeas o repreenderam.

Poncho:

— Eu tenho que ser o adulto da situação né? – Conteu o riso encarando as faces iradas das filhas agora parecidas saídas de uma trupe de circo. –MIGUEL! – Chamou pelo filho em seu tom habitual.

Miguel:

— Sabe qual é o meu maior sonho? Conseguir dormir até às nove sem ter que ouvir vocês. – O garoto de cabelos escuros saiu de seu quarto com cara amassada — Hoje é sábado, gente. Sábado. Até Deus descansou no sábado. – Choramingou.

Poncho:

— Meu maior sonho é não ter que brigar com você todos os dias. – Poncho respondeu.

Miguel:

— O que eu fiz dessa vez? Bati numa freira? – Entreabriu os olhos que manteve fechado desde que saiu do seu quarto.

Poncho:

— Agora,  Miguel, quero que você olhe bem para suas irmãs e me diga, o que há de errado com elas? – Apontou para as gêmeas coloridas que estavam a ponto de explodirem.

Miguel:

— O senhor quer que eu ignore todo resto e escolha um erro só? – Provocou.

Poncho:

— Miguel!

Miguel:

— Olha Tico&Teco, se querem minha opinião, eu fiz um trabalho melhor do que aquele cabeleireiro caríssimo que vocês vão.

Sophia:

— Seu desgraçado, filho da puta! – Sophia partiu pra cima do irmão.

Poncho:

O SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora