Cap 6

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Boa leitura ❤️

Ele acendeu o cigarro.

Odiava fumar, mesmo que precisasse. Fazia-o apenas quando estritamente necessário. Quando não havia outra saída.

Outra saída.. Bufou, irritado. Odiava o termo.

Soava como se estivesse preso em alguma espécie de armadilha. Como se não pudesse lidar com suas próprias questões com a calma e racionalidade que lhe eram intrínsecas. Odiava fumar e odiava admitir que fumava. Porque era uma necessidade, um vício. Um ato não muito condizente com a pessoa fria e equilibrada que ele era.

Ele não poderia precisar de um vício, mas mesmo assim, precisava. E dessa vez, estava fumando de novo por culpa dele. 

Diogo deu uma longa tragada e então apagou o cigarro no cinzeiro de prata com força exacerbada quando o rosto do homem avultou sua mente.

Limpou o cinzeiro rapidamente, limpando as cinzas e o resto do cigarro. Olhou em volta, certificando-se de que a cozinha estava em sua perfeita ordem.

Tudo limpo, branco, translúcido... Cirúrgico. Como ele era em seu trabalho. Sua casa nada mais era que uma extensão da perfeição que Diogo Bertolazzo idealizara de si próprio e de seus serviços. Uma perfeita metáfora.

Caminhou a passos largos até um dos quartos da casa, adentrando-o. Olhou para as diversas fotos em cima da mesa, encontrando-o no meio dos rostos.

Maldito mafioso do nariz em pé.

E pensar que o quase o invejara. Sua posição, sua patente, sua forma de trabalho. Mas ele, Diogo, não poderia invejar ninguém.

Wang Yibo sempre seria preso à máfia. Ele não... Era um pássaro livre. Não trocava aquela liberdade por nada no mundo. Como ele descobrira sobre Atlanta? Como ele ousara manipulá-lo usando aquilo?

Sabia o que tinha prometido e não voltaria atrás. Não mataria Xiao Zhan, como Ricardo o contratara para fazer. Ainda. E aceitaria o acordo do mafioso por ora, mesmo que a questão fizesse seu estômago embrulhar.

Não poderia vacilar. Mas saberia a hora certa de atacá-lo. E poderia demorar, ele não tinha pressa. Seria extremamente devagar e cauteloso, porque Yibo era uma oponente perigoso. Era uma oponente à sua altura. Ambos eram cobras peçonhentas, mas quando ele atacasse... Ele não saberia de onde viera. E ele o engoliria. Ele o engoliria vivo

Yibo iria pagar.

Analisou a parede do seu quarto branco. Era ali que trabalhava em suas missões. Era ali que descobria tudo sobre suas vítimas. E a vítima da vez era Yibo.

Pegou quatro retratos, colando-os na superfície do quadro grande e branco que ocupava o centro do quarto. Dois homens e duas mulheres. Posicionou o retrato de Yibo no centro da lousa, traçando linhas com a caneta apropriada até as outras três fotos. Escreveu o nome das pessoas embaixo de cada uma delas. Filipe Wang. Vitor Vetra. Agente Xiao Zhan.

Xiao…

O que aquele homem tinha que fez com que o mafioso enfrentasse a ordem do próprio tio para que ele continuasse vivo? O sorriso irônico moldou-se aos poucos nos lábios finos enquanto lembrava-se de Atlanta.

Não... Será? Era muita coincidência. O sorriso abriu-se ainda mais. Quando chegasse a hora, por quem começaria? Quem morreria primeiro? Ele já tinha a resposta e o faria da maneira mais dolorosa. Uma crescente de perdas. Mal podia esperar para riscar aquelas três fotos com um "X".

Mas seria paciente, como sempre era. Seria
racional sobre aquilo como em todas, ou
quase todas as outras missões. Ele adquirira a excelência, e não importava quem Wang Yibo era, não importava o quão boa ele fosse.

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