Cap 10

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Não demorei dessa vez.☺️
Boa leitura ❤️

A fachada mal pintada deveria ser tudo, menos um bom presságio. Era idiota que Yibo associasse uma má gestão do hospital com o que seu destino guardava, mas ainda assim, ele se pegou tendo o vislumbre do pensamento.

Hyannis.

Nunca se imaginara voltando ali, na cidade em que tudo acontecera. Principalmente movido por um objetivo que colocava em cheque uma informação assegurada por Ricardo. Bom, ele mentira sobre algumas coisas e Yibo não estava disposto a sentar e esperar que toda a verdade se esclarecesse como um bom menino. No entanto, parado em frente ao hospital da cidade era quase como se uma corda invisível enrolada na boca do estômago puxasse seu corpo de volta, para longe dali.

Como se não fosse certo, não fizesse parte da ordem natural das coisas ter voltado àquela cidade em que seus pais foram assassinados. Suas mãos suavam frio e ele odiou seu próprio corpo por isso. Não sabia o que aquele sentimento significava, não se lembrava de ter sentido algo semelhante antes.

Crispou os lábios rosados em crescente irritação. Não tinha tempo nem disposição para encarar essas sensações novas e incômodas. Não fazia seu estilo e não queria representar o papel. Muito menos sabia como lidar com elas.

– Amor?... – A voz de Xiao despertou o mafioso dos devaneios. Já prevendo o que viria, ele fechou os olhos, o gesto lhe dando uma pequena dose de paciência, antes de se virar para o federal sentado no banco do motorista – Vai ficar tudo bem – ele continuou.

E parecia tão sincero... Mas Yibo sabia que nada poderia ficar bem diante das suas últimas descobertas. Ainda assim, olhar para Xiao, sentado confortavelmente no banco do carro, ocupando o espaço com sua presença marcante e seu perfume amadeirado, quase o fazia acreditar naquelas palavras. 

– É claro que vai ficar tudo bem. É um
hospital, não uma zona de quarentena.

Xiao soltou um riso longe do divertimento, como se ele fosse impossível. Mas ele era o impossível da situação para Yibo, sempre antevendo suas reações, como se de certo modo pudesse ler sua mente.

– Está tudo bem se sentir reticente, Yibo. Isso não é apenas sobre tirar a vantagem que os russos têm sobre você. É sobre o seu passado, a sua história e…

–  E eu odeio quando começa a bancar o psicólogo. Vamos logo com isso. – Ele o cortou, porque Xiao falar aquele tipo de coisa quando ele estava justamente tentando ignorá-las tornava seu trabalho mais difícil.

Xiao suspirou, abrindo a porta do carro e o imitando ao dizer:

– Ok. Vamos logo com isso.

Xiao pode notar a impaciência do homem ao seu lado crescer quando depois de vinte minutos na fila da recepção foram atendidos por uma secretária sonolenta e mau humorada, mascando um chiclete de uma forma que parecia querer mostrar ao mundo que o tinha dentro de sua boca.

– Não podemos disponibilizar esse tipo de informação para alguém que não seja o próprio paciente.

– Eu sou filho da paciente morta em questão.

Yibo quase rosnou, e o som chamou a atenção de Karen. E aquele devia ter sido a primeira vez que os olhos da secretária encontraram com os rapazes a sua frente, porque eles se arregalaram, e Karen engoliu em seco enquanto observava a feição amistosa de Yibo, a boca da recepcionista abrindo levemente quando levou sua atenção para Xiao.

Ele sorriu.

– Karen, não é? – Yibo testou, o tom baixo e mordaz que fez um arrepio transpassar até mesmo Xiao – Você deve lidar com muitas pessoas nervosas durante o seu trabalho, eu posso imaginar…

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