Quem é você?

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O cheiro da gasolina estava forte, minha vista estava embaçada e eu ainda escutava o barulho do rádio.

Eu olhava em volta e via sangue. Estava de cabeça para baixo, com medo e apavorada. Logo comecei a chorar e a chamar meus pais que estavam no banco da frente. Não havia respostas em nenhum de meus chamados.

O vidro das janelas estavam completamente quebrados, havia cacos por todo lugar no teto do carro. Eu continuava assustada de cabeça para baixo.

Estava tão apavorada quando olhei para o lado e vi um homem todo de preto. Eu tinha apenas seis anos, mas já ouvi falar que quando a gente morre vê o ceifador. Será que ele é o ceifador? Será que eu morri?

Meus olhos estavam se fechando quando aquele homem abriu a porta do carro e me retirou dali de dentro.

- Ela está acordando. Vamos levá-la logo ao hospital. - dizia uma voz masculina de longe, enquanto eu ainda recuperava a consciência.

- Como essa criança conseguiu sair de lá? Foi um verdadeiro milagre. - diziam enquanto me colocavam dentro da ambulância.

Acordei suando frio novamente. Tenho esse sonho quase toda noite. Todos dizem que eu sobrevivi por um milagre, muitos se perguntam como eu consegui me soltar e sair de lá de dentro.

Meus pais morreram naquele dia, o carro acabou explodindo. Acho que era para eu ter morrido também.

Me levantei e peguei um remédio, desci as escadas e fui até a cozinha e peguei uma garrafa de água. estava chovendo e o tempo estava frio, olhei o relógio que batia as 03:00 da madrugada, voltei para o quarto já que no dia seguinte eu teria aula.

Já de manhã

Acordei e escovei os dentes, eu estava com umas olheiras horríveis por causa das noites mal dormidas, meu corpo estava dolorido. Logo tomo um banho quente que me deixa aquecida do frio que fazia em Nova Orleans. Eu desci as escadas e fui até a cozinha para tomar o café da manhã.

- Eu voltarei tarde hoje, então deixei a comida na geladeira, basta apenas esquentar no micro-ondas. - diz a minha tia arrumando sua bolsa para ir ao trabalho.

- Tudo bem, eu me viro sozinha. - digo com um pequeno sorriso na cara.

ela sai e logo eu termino de comer. Coloco os pratos na pia e os lavo ligeiramente para não perder a hora de ir a escola. Minha amiga Alice aparece tocando a companhia para irmos a escola juntas, pego minhas coisas que já estavam separadas no sofá para que possamos ir.

- Eu andei pensando, e se aquele homem que você viu quando criança fosse mesmo um ceifador?

- Então provavelmente eu estaria morta. Tipo, esse é o trabalho de um ceifador ele apenas mata, não salva ninguém. - falo cruzando meus braços para tentar me salvar do frio.

- Eu li que os ceifadores salvam os seus amados da morte, porém logo depois se tornam pó. - ela diz com um pequeno tom de drama.

- E algo me diz que você está lendo livros demais.

- Olha mas se você parar para pensar, faz sentido. - ela diz sorrindo e logo depois me abraça.

- Vamos andar mais rapido, senão iremos perder a hora. - digo a olhando e retribuindo o sorriso.

Alice fazia jus ao seu nome, sua mente era fértil e criativa, ela sempre gostou de coisas místicas e datas comemorativas, como páscoa, natal, dia das bruxas, etc. Chegamos na escola e eu fui até o armário pegar o meu livro, olho ao redor e vejo Leah vindo em minha direção, ela tentava ser legal comigo já que nossos pais costumavam ser muito próximos.

O CeifadorOnde histórias criam vida. Descubra agora