Prólogo

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Eu sabia que isso aconteceria!

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Eu sabia que isso aconteceria!

Foi isso que o advogado Dr. Lewis, conhecido de longa data e advogado de confiança da Família Howard, pensou quando a porta do seu escritório bateu com força quando o último dos dois herdeiros que haviam marcado uma hora com ele, saíram.

A confusão foi suficiente para fazer o jovem Dr. Lewis sair de sua sala, do outro lado do corredor, e ver quem havia feito aquilo, mas viu apenas um homem e uma linda mulher loira, saindo do escritório. Suas expressões não eram as melhores, o que fez ele ficar curioso.

Então ele saiu de sua sala e bateu na porta do escritório do pai, que ficava a sua frente.

— O que aconteceu? — ele perguntou quando entrou no escritório e encontrou o pai massageando as têmporas com as pontas dos dedos.

Pelo visto, não havia sido uma reunião agradável, de forma nenhuma.

— Norfolk. — ele respondeu, respirando fundo.

Não foi precisou que mais nenhuma palavra fosse dita, para que o filho entendesse que o velho Dr. Lewis estava se referindo a maior conta daquela associação familiar de advogados. Principalmente, porque ele sabia que logo os herdeiros iriam aparecer reclamando suas respectivas heranças, depois que o Duque de Norfolk havia falecido.

— Foi o testamento? — o filho perguntou, com os olhos brilhando.

— Sim. — o pai respondeu, sorrindo por baixo de seu bigode branco. — Eu esperei seis meses, como ele havia me instruído, e agora chegou a hora de abrir o testamento e anunciar o espólio.

Ele estava com o rosto cansado, mas ainda achava a coisa toda muito engraçada.

Ele tinha advogado para o Ducado de Norfolk pelos últimos vinte anos e trabalhar para um membro da baixa realeza britânica tinha sido a base para uma empresa de advocacia sólida e próspera. E essa conexão lhe rendeu prestígio suficiente para sair do velho prédio alugado em Seaside e se mudar para o centro de Londres em uma luxuosa cobertura.

Então, sua última tarefa ao Duque era um caso que devia ser tratado com delicadeza e importância.

A exigências, no mínimo não ortodoxas, do Duque tinham sido bastante interessantes para aquele advogado, tão acostumado a advogar casos bem menos... complicados.

— O Duque sabia que isso... — ele disse balançando o punhado de cinquenta e quatro folhas para o filho. — ...não deixaria nenhum dos três felizes. Se bem que não posso dizer nada do mais velho, ele não veio a leitura do testamento.

— Não pode ser tão ruim, afinal o Duque tinha muitas posses e não parecia ser um homem mesquinho. — disse Willian, se sentando na cadeira a frente da mesa de seu pai.

Ele tinha trabalho a fazer, mas tudo que tinha haver com a família do Duque de Norfolk era digno de atenção redobrada. Mesmo que fossem apenas migalhas de informação.

— E ele não era. — respondeu o pai, se encostando em sua poltrona de couro marrom confortavelmente. — Ele dividiu tudo que não era ligado ao título em quatro partes iguais, assim como o vinhedo da família. A Propriedade de Arundel ficou com o filho de Christian, e herdeiro do título, já que Christian era o herdeiro antes de morrer. Eles estão descontentes com outra situação.

— O que? — Willian perguntou se curvando em sua cadeira, na direção do pai.

O jovem advogado de trinta anos mal podia esconder sua curiosidade. E mesmo que o Dr. Lewis fosse contra compartilhar informações sobre seus casos, mesmo com alguém de confiança, ele achou seguro falar.

— Millegan Park.

— A propriedade que o duque morava? Por que? — Willian perguntou ao pai com o cenho franzido. — Não passa de um prédio caindo aos pedaços.

Millegan Park ficava afastada de Londres, em Ânglia Ocidental, a meia hora da cidade a beira mar de Sheringham e tinha sido a escolha do falecido Duque para morar, mesmo não sendo a residência oficial do ducado. Há anos a indústria hoteleira e desportiva tentava comprar o castelo para a criação de um novo prédio de entretenimento, mas o duque sempre foi irredutível.

Com a fama criada por seriados de TV como Downton Abbey e Bridgertons, muitos turistas faziam caravanas para visitar castelos e propriedades antigas. Mas, diferente de tantas outras propriedades rurais, Millegan Park continua sendo um castelo fechado ao público e cheio de segredos que muitas pessoas tinham vontade de descobrir. Além de lendas rurais que não passam de contos para crianças dormirem.

— Millegan Park é a maior propriedade e está avaliada em mais do que eu e você podemos pensar. Aparentemente, os netos achavam que algum deles seria o agraciado. Mas já deveriam ter entendido que não receberiam a propriedade, já que nenhum deles entrou em contato por anos, pelo menos foi o que o Duque deu a entender quando o testamento foi redigido.

— Se não ficou com nenhum dos netos e os dois filhos dele estão mortos, para quem ficou o castelo? Ele doou para o governo?

— Pior do que isso. — o pai disse, sorrindo.

Ele estava se divertindo tanto com aquele caso.

— Ele entregou o castelo, o parque, assim como todas as rendas da propriedade e um valor líquido do vinhedo para... — ele remexeu no arquivo escrito Norfolk até encontrar o documento — ... aqui está! Para Sylvie Thompson, uma mulher de vinte e seis anos que mora em São Francisco.

— Uma americana? Talvez uma filha bastarda? Ela deve ser importante para ganhar o castelo. — ele disse, admirado. Existe uma linha ténue em que a bondade passa a ser um mistério, e o Duque tinha atravessado essa linha ao dar seu castelo para uma desconhecida. — Isso vai se tornar notícia.

— Por enquanto poucas pessoas sabem, então duvido que se torne alvo de atenção da mídia.

— Ela virá tomar posse do castelo?

— Não sei. Mas a única coisa que importa agora é que ela é a nova senhora de Millegan Park e eu tenho que contar isso para ela. — ele disse se levantando. — Eu não tenho um telefone ou e-mail dela, apenas um endereço. De qualquer forma, isso é algo que precisa ser contado pessoalmente. Volto o mais rápido possível. Não ficarei fora mais do que três dias, eu espero. Até lá, cuide dos meus casos.

O filho assentiu e voltou para sua sala.

Dr. Lewis colocou seu casaco e as luvas antes de organizar os papéis do testamento e alguns documentos imediatos que a Srt.ª Sylvie Thompson iria precisar, assim como o Duque tinha ordenado.

Por último ele pegou o envelope com a carta. Ele não sabia, mas aquela era a última carta, de muitas outras anteriores, que Frederick tinha escrito para Sylvie. Olhou o remetente e sorriu.

O nome da mulher estava escrito com uma letra cursiva e floreada, no envelope.

— Sua vida está prestes a mudar Sylvie Thompson. — ele disse, dando um peteleco na carta antes de guardá-la na pasta e sair.






Então? O que acharam do capítulo? Já podemos reunir algumas informações a respeito dessa família, hum?

Os capítulos ficarão para serem postados na TERÇA-FEIRA e SEXTA-FEIRA, ok?

Criei um canal no telegram para que nós possamos conversar um pouco melhor. Lá vai ter: bate-papo, conteúdo extra e, quem sabe, alguns trechos divulgados antes do capítulo 🤫. Link na minha bio.

Lembrando que essa é uma terceira versão. Eu decidi remodelar a história de uma forma que seja mais como eu imagino que a história seria agora. Espero que gostem e não deixem de votar e comentar quantas vezes quiserem.

Seus votos são o que me mostra que estou no caminho certo, então não esqueçam😁!!!!

Beijinhos, P. S. Gardem

Millegan Park (Old Money #1)DISPONÍVEL NO KINDLE UNLIMITEDOnde histórias criam vida. Descubra agora