Capítulo 5 - Urano precisa de ajuda. // Peter, não!

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— Eu estou cansado. Quanto tempo mais vamos andar por essa floresta, Lucy???

— Eu não consigo me concentrar. Silêncio!

Peter estava junto com a Raposa de olhos azuis. Eles estavam sozinhos, logo não havia problema em citar seu nome em voz alta.

— Ah! Você me fez perder a minha outra irmã! — Lucy reclamou.

— Hum...

— “Hum...” nada!

Noah e Lily estavam caminhando pelo outro lado da floresta, procurando por frutas não venenosas para saborear depois de acordarem com fome.

O loiro estava realmente muito cansado. Ele se sentou em uma pedra enquanto tentava buscar ar, mas, tudo era gelado. Ficava um pouco difícil respirar, mas nada como uma mágica de raposa não funcionasse, não é?

Peter agradeceu. Lucy tinha poderes mais que inimagináveis, realmente.

Ela conseguia dar respirações para um ser que estivesse com dificuldade para buscá-las. Conseguia também fazer o mesmo fogo que a irmã fez na noite passada, mas quase não usava esse tipo poder.

Os passos leves de Noah davam para serem ouvidos. Peter se virou para vê-lo, e então sorriu quando viu amoras nas mãos de seu amigo. Ele se levantou e foi em sua direção.

Quando perto, notou que algumas das amoras escuras acabaram manchando de vermelho as mãos delicadas de Noah, que não usava luvas, mesmo naquele frio.

Depois de um suspiro, Peter pegou uma parte de seu cachecol e colocou as amoras com cuidado. Logo em seguida, usou o outro lado parar limpar as mãos com de Noah.

Seu rosto foi ficando um pouco engraçado quando viu que apenas o crochê não tirava todo aquele vermelho.

Noah olhou para Peter com vontade de rir, mas não o fez e apenas deixou um sorriso em seu rosto.

Lily olhou para os dois, e cutucou Noah com uma de suas patas pequenas.
— Me dê sua pata! — Ela deu um pulo pequeno.

Noah deu um riso quando ouviu a raposa chamar sua mão de “pata”, mas se agachou, obedecendo a mais nova.

A olhos de ametista, lambeu tudo o que as amoras deixaram nas mãos de seu amigo mais velho. Ele sentiu cócegas quando a língua áspera da pequena entrou em contato com a palma de sua mão.

Ela sorriu.
— Tem um rio logo a frente. Acho melhor você lavar a mão, minha saliva pode queimar bastante depois de um tempo em sua pata...

— Queimar!? — Noah se assustou. — Aí, meu Deus.

— Você...está mal? — Lily inclinou a cabeça, se sentindo um pouco ruim.

— Não, fica tranquila, Lily. — Ele sorriu. — Em quanto tempo começa a queimar?

— dez minutos...

— E quanto tempo leva daqui até o rio?

— dez... Minutos...

— ...

Peter, Noah e Lily foram andando apressadamente até a margem do rio para lavar rapidamente as mãos de Noah. A neve pesada afetava um pouco seus passos, mas conseguiram chegar a tempo.

Só tinha um problema.

O rio estava congelado.

Lily tinha poderes de fogo, ainda bem. Ela colocou uma das patas, mas nada aconteceu.

— Lily, o que houve!? — Peter perguntou, enquanto colocava um pouco de neve nas mãos do amigo que já estava começando a sentir a queimadura.

— Eu ainda não aprendi a descongelar um rio. — Ela baixou a cabeça. — Peter, neve não adianta... Precisa ser água...

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