Capítulo 4 - Lily.

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Aquela cabana estava um pouco melhor por dentro. Exceto por toda aquela poeira que tomava conta de alguns móveis.

Os meninos fizeram uma cara engraçada depois de entrarem e olharem em volta.

Tudo estava sujo e sozinho, há quanto tempo aquilo estava daquele jeito? E, aliás, por que estava?

A raposa seguiu os garotos logo atrás. Os três então procuraram em todos os lugares a primeira raposa. Lucy disse que essa era a sua irmã mais nova, Lily, a que mais sentia medo, e que por isso procurou o melhor lugar para se abrigar. No entanto, era muito escuro dentro da cabana. A pequena irmã tinha medo não só da escuridão, mas, como também, da poeira que incomodava seu nariz com frequência.

Com uma busca rápida, Peter notou, atrás de uma prateleira, um movimento. Ele chamou os outros dois, mas Lucy foi a única a não seguir o chamado.

Peter se aproximou primeiro e viu uma pelagem clara atrás do móvel. Ele deu uma leve afastada, mas teve coragem para chegar mais perto.

— Ei, vem aqui, vem. Não vou machucar você.

Ele chamou com uma voz fina e delicada para não assustar Lily, mas não adiantou muito e a raposa apenas se afastou mais e encolheu todo seu corpo frágil.

...

— Me deixa tentar. — Noah chegou perto. — Raposinha? Não precisa ter medo, estamos aqui para ajudar.

O garoto tinha um jeito único de falar. Seu comportamento era até adorável, e fez a raposa ficar curiosa para ver seu rosto.

Lentamente os pelos claros do animal foram ficando mais visíveis. Noah sorriu quando viu Lily se aproximar.

Seu amigo achou incrível a habilidade que tinha com os bichos. Peter se afastou, com medo de que a raposa pudesse se assustar com sua presença como da última vez.

O rosto de Lily foi finalmente revelado.

Seus olhos eram cor de ametista e brilhavam tanto quanto uma. Pavor e ansiedade estava visível em seu olhar leve.

Ela olhou para Noah, e se aproximou mais do garoto.

— Isso, não precisa ter medo. — Ele esticou um braço lentamente.

O animalzinho cheirou a palma de sua mão, e então permitiu que ele a fizesse um carinho tranquilo.

Lucy, que estava afastada, viu que sua irmã havia gostado do garoto e deu um riso curto e delicado. Peter estava perto dela, e ouviu a risada baixa.

— Vai falar com ela.

— ... — Lucy o olhou. — Ela...está irritada comigo porque eu as deixei de repente. Ela finge que nem existo.

— Sério? Vocês têm que conversar.

— Ela não me escuta. — Suspirou. — Esqueça. Olha, tenta não falar comigo no caminho até a minha outra irmã, está bem? Diga a Lily que sabem onde estão as outras, assim ela vem com a gente sem se preocupar com minha presença.

— Certo. — Peter assentiu.

O loiro de aproximou de Noah e de Lily com cuidado para não assustar. Ele chamou pelo amigo, que logo o olhou com um sorriso gentil.

Peter sussurrou em seu ouvido o que Lucy havia lhe dito, então Noah repassou a mensagem para Lily como se ele mesmo tivesse montado toda a frase.

A raposa com olhos de ametista sorriu, e finalmente abriu a boca.

— Vocês sabem onde estão minhas irmãs!? E vão me ajudar a encontrá-las?? — Ela pulou animadamente. — Eu sinto tanta falta delas! Por favor, que isto não seja um sonho...

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