Capítulo 7 - Reencontro // Hora de ir

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O focinho de Pluto estava tão frio quanto a própria neve lá fora.

Seu corpo inteiro tremia e isso deixava sua irmã mais velha infeliz.

O olhar de Lucy se baixou, mas ela tinha que ter forças para ajudar a irmã.

Com as duas patas, a raposa mais velha criou um círculo de fogo em volta da mais nova, que acabou se assustando um pouco quando se sentiu aquecida.

Ela se sentou, depois que sentiu seus membros se esquentarem a ponto de conseguir os mover livremente.

Pluto olhou para todos os lados, mas não viu nada. Seu rosto confuso a fez perguntar:
— Lily, você está por aqui?

Sua voz era tão doce e suave quanto uma fruta. Era um som tão bom de se escutar, que era incrível saber que não poderia ser ouvido por qualquer um.

Lucy olhou sua irmã, enquanto aumentava o calor do fogo para aquecer mais.
— Lily não está aqui, mas está bem.

— ...

— Irmã, sou eu, a Lucy.

— ......

— Certo... — Ela se virou. — Eu... Eu vou atrás do pessoal para eles virem aqui para falar com você, está bem? Não saía daqui.

As patas de Lucy saíram do chão e ela estava indo em direção a luz com calma. Seus olhos estavam secos, mas era possível ver a tristeza estampada em toda sua íris.

Um pouco antes de chegar até a abertura, Lucy ouviu:

— Irmã mais velha, é você?

Aquela voz doce soou mais uma vez. E nesse momento, estava tão esperançosa quanto uma estrela.

— Irmã mais velha, você está aqui? Por favor, me dê mais um sinal!

O fogo invisível em sua volta começou a ficar grande e agitado. As chamas tomavam conta de todo o buraco, mas não causava dano a nenhum ser que estava por ali.

Os olhos de Lucy se arregalaram, e ela voltou até onde sua irmã estava.

— Pluto, — disse, calmamente. — olhe bem.

Suas patas se moveram fazendo um pequeno coração no ar.

Daquele desenho, saiu algumas partículas de neve coloridas que brilhavam tanto quanto o sol da manhã.

A luz deixou todo o buraco escuro iluminado, junto disso, os olhos cor d'água de Pluto também estavam brilhantes.

A raposa mais nova viu aquelas partículas brilharem intensamente, em forma de amor, com lágrimas escorrendo pelo seu pelo macio. As gotas eram cristalinas e também emitiam um brilho fraco.

— Irmã mais velha, eu te amo... — Ela disse entre as lágrimas.

Lucy arregalou os olhos mais uma vez e então um sorriso gentil pousou em seu rosto, deixando seu coração quente mesmo que não batesse como o de sua irmã.

— Eu também te amo, irmã. — Disse também com os olhos iluminados.

Pluto estava com um sorriso no rosto enquanto as águas de seus olhos saíam sem parar. Ela pensou por um momento:

"Lily. Urano."

E então correu para fora do buraco.

O sorriso de Lucy cresceu e uma lágrima pequena saiu de um de seus olhos claros. Ela seguiu sua irmã em meio a neve do inverno.

Pluto era rápida como o vento. Poderia dizer que esta era sua habilidade se as sementes que suas patas traziam não desabrochassem perfeitamente mesmo no inverno.

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