No Limite da Paixão

Capítulo 1





Aviso:

Acabo de chegar da corrida, o que eu mais quero nesse exato momento é tomar um bom banho, antes mesmo de ligar para Rebecca para saber se nossa ida ao pub hoje ainda está de pé como marcamos na segunda.

Gosto das sextas, afinal quem não gosta de saber que tem um fim de semana todo para descanso, nada de alunos, nada de colégio nada de trabalho por três dias a partir de agora. Ainda é fim de tarde então ainda conto hoje como dia, dá uma impressão maior que são três e não apenas dois dias para descansar.

Tomo meu banho, aproveito para relaxar debaixo da água quente. Hoje foi dia de teste avaliativo no terceiro ano, alguns alunos ainda insistem nessa história de colar e cada vez que aplico teste acho mais cansativo manter eles na linha sem tentar fazer isso o tempo todo.

Deviam estar mais focados em aprender quando eu ensino e não em como conseguir uma forma de colar sem que eu veja, coisa que acho raro acontecer em minhas aulas.

Pego minha toalha, saio do banho e ando um pouco pela casa tentando me lembrar onde foi que deixei meu celular. Minha janela do quarto está aberta e gosto do vento que entra por ali, dou alguns passos e olho lá fora, o tempo está meio fechado, talvez tenhamos chuva essa noite.

Vejo meu telescópio aqui do lado e o coloco em posição para dar uma olhada mais de perto nas nuvens que estão se formando. Meu vício por Ciências e Astronomia me fez ganhar ele de presente quando eu tinha 15 anos e o guardo comigo até hoje, mesmo que a tecnologia tenha feito marcas e modelos melhores, ainda insisto em ter esse aqui, presente da minha avó.

Não dá pra ver muita coisa com ele, mas consigo ver a distância, como é o caso agora. Vejo algumas nuvens se formando e a previsão é muito alta para um belo temporal, o que me desanima um pouco de sair e isso me lembra que ainda tenho que fazer aquela ligação para Rebecca. Já estamos saindo há uns dois meses e gosto da companhia dela.

Já vou descendo das nuvens devagar para deixar meu telescópio em uma nova posição para procurar meu telefone quando ele para em uma janela de uma casa ali logo a frente. Eu olho por um instante o que parece ser uma jovem garota de frente a sua janela.

Eu sei que a reconheço de algum lugar, mas não me lembro de tê-la visto ali antes, até porque não fico espionando os vizinhos assim, meu telescópio geralmente é voltado para o céu e suas belezas, mas não posso negar que essa jovem é realmente muito bonita.

Reparando bem, eu a conheço sim, essa garota ela é da minha turma de terceiro ano da escola onde trabalho, fico pensando nisso e tento me recordar de seu nome, mas é difícil memorizar algo assim quando se tem diversos alunos. Aquele colégio é enorme e isso dificulta eu lembrar esse detalhe. 

O problema é que não tenho muito tempo para pensar sobre isso porque ela retira sua camisa ficando apenas de sutiã e em seguida se livra dele também.