01 - Aperitif

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Nepente ~ do grego

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Nepente ~ do grego

" Que faz desaparecer a dor "

O mais velho, em sua virilidade de homem já encorpado, se encontrava imerso em sua própria mente, se depara com as ruínas do Castelo Lecter, em Lituânia, sua cidade natal. Foi neste lugar que iniciou as primeiras construções do seu palácio da mente.

Se apresentava em uma postura impotente, vestido com uma camisa branca abotoada, e um casaco para se agasalhar do clima frio. Sua respiração poderia ser visível no ar, devido a neblina sutil que compunha os ares.

Deixa seu olhar vagar ao redor, não se encontrava na parte interna do lugar, mas na parte externa. No jardim amplo, envolto por vasos de flores, e arbustos com uma esverdeado acinzentado, sentindo abaixo de seus pés a maciez da grama seca e sem cor da terra. O ambiente era consequência da miséria que o inverno trás.

De longe, observou uma menina branca de cabelos loiros de fios lisos e curtos, que estava sentada no chão. Brincando com uma flor margarida com suas mãozinhas cobertas por uma luva, exalando de sua presença a flor da juventude. Esta exibia em seu corpo pequeno, um vestido rosa claro, com babados discretos esbranquiçado.

Era perceptível que ela estava reproduzindo o gesto clichê que faziam naquele ser abiótico, que era de tirar pétala por pétala. O ritual bobo, recitando " o mal-me-quer" logo em seguida com a sua continuação "bem-me quer". Ao terminar de reparar, não tardou em ir em direção a figura pequena, esta que não o ouviu se aproximar, tão distraída com o seu interesse. Mas Hannibal a reconhece, em toda aquela graça de criança pueril.

Mischa, sua amada irmã.

O lituano sorri. Deste modo o ser do seu próprio sangue percebeu sua presença, e o expressou um sorriso travesso. Se levantando e correndo até ele com suas perninhas juvenis, e abraça sua cintura devido a diferença de altura. Naquele momento, sua querida irmã, presa na eternamente no corpo de uma criança, que nunca sentirá os deleites que a verdadeira juventude tem a oferecer.

Morta naquele inverno eslavo, sem o direito de revidar devido a fragilidade de seu ser. Hannibal, permite a aproximação de sua ente querida, e leva sua destra para acariciar delicadamente o dourado de seus cabelos. Ela leva seu olhar ao encontro do rosto de seu irmão, e emite:

Como ele é? – Mischa questiona com uma curiosidade genuína, ainda com os seus braços abraçando a cintura de seu irmão.

Ele é possível identificar de quem ela fala, sem mesmo pronunciar o nome do objeto de sua curiosidade. Will.. Will Graham, seu amado.

Ele… Ele é perfeito. Ele é a metade da minha alma, como dizem os poetas – Hannibal respondeu graciosamente, a garota concentrada no que acabou de escutar, apresenta um sorriso alegre. E abraça mais fortemente o mais velho.

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