02 - Futamono

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Zahir ~ do árabe

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Zahir ~ do árabe

"Alguém que uma vez tocado ou visto jamais é esquecido, situação que ocupa o pensamento e pode levar à loucura." 

Eram 18 horas da noite, quando o céu surgiu pelas trevas, Hannibal no momento estava em um cômodo do apartamento. Exclusivamente no escritório, sentado em uma poltrona com tonalidade avermelhada. Suas mãos estavam ocupadas em cima da mesa, que o conduzia a reproduzir faces transmitidas em um papel. 

Atrás dele, se apresentava uma estante ampla com material amadeirado, expressando uma abundância dos variados livros. Disseminando um ar de intelectualidade, no período em que o silêncio fora há muito tempo preenchido por melodias de Moonlight Sonata de Beethoven, com a qual eram emitidas por uma vitrola no ambiente.

O mais velho, estava nesse instante sozinho em sua realização. Até que ouviu um leve som estalado da porta do lugar se abrindo. Não ergueu o olhar para saber quem era, mas era possível identificar a figura apenas pelo jeito de andar. Obviamente era seu amado Will, este que aproximou-se da mesa com a qual o lituano trabalhava com as mãos. O casal trocou olhares, mas não se comunicou.

Quando foi preso, voluntariamente, Hannibal sentia que não poderia ser suficiente a memorização do rosto do moreno em seu palácio da memória. Esse que possui cenas estáticas, fragmentadas, como cacos de cerâmica ática colados com gesso branco. 

Outras salas conservam som e movimento, grandes serpentes lutando e oscilando no escuro, só iluminadas em lampejos. Súplicas e gritos preenchem alguns lugares nos terrenos onde o próprio Hannibal não pode ir. Mas os corredores não ecoam os gritos, e para quem gosta há música.

O mais velho lembrava das curvas do moreno, porque ele mesmo o despiu, no período em que fugiu do Mason, ele não o tocou, apenas cuidou de seus ferimentos. Mas o desejo pairava lá, como um parceiro insistente, como um amante cobrando reconhecimento. 

Ele queria que Will o colocasse como um selo sobre o seu coração, como um selo sobre o seu braço. Pois o amor é tão forte quanto a morte e o ciúme é tão inflexível quanto a sepultura.

Só teve uma vez em que Hannibal se aproximou de forma imoral em direção a Will, antes do vínculo romântico atual. Em Baltimore, em seu escritório, Will reclamou de noites mal dormidas e pesadelos, então Hannibal lhe deu sedativos para dormir à noite. 

Quando anoiteceu, e se estendeu para a madrugada, o psiquiatra viu uma chance perfeita para levar a vida de Will em suas mãos. Não era um ato tão bem pensado assim, o perfilador estava estava se tornando uma espécie de obsessão, via a si mesmo, pensando nele, no que faria ele, sendo tomado por fantasias. 

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