× 5 × Fantasmas De Sangue e Álcool

1.2K 233 132
                                    

🩸Uau... Faz tanto tempo... Eu não sei como me desculpar...

🩸Como vocês estão? Espero que bem.

🩸Por favor, votem e comentem bastante!

🩸Boa leitura <3

"Você tinha tanto medo da minha voz que eu decidi ter medo também" - Rupi Kaur

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"Você tinha tanto medo da minha voz que eu decidi ter medo também" - Rupi Kaur

Se perguntassem a Taehyung quando sua vida desmoronou pela primeira vez, ele diria que foi numa noite de Quarta-feira, quando a sua versão pequena e frágil se escondeu no banheiro escuro ao ouvir gritos no andar debaixo de sua casa.

A pequena criança, sem muita noção do que acontecia ao seu redor, apenas caminhou desajeitadamente por cima de suas pernas finas, encolhendo-se no banheiro escuro enquanto espiava furtivamente pela porta de madeira mofada, vendo seu pai engrandecendo-se como um monstro sob o corpo trêmulo de sua mãe, palavras cortando sua pele como caco de vidro mesmo que ele fosse inocente e pequeno demais para compreender todas elas.

Ele ficou ali, em silêncio, quietinho e amedrontado até que sua mãe o encontrou ao amanhecer, um pequeno corpo adormecido no chão gelado.

Se perguntassem a Taehyung quando ele se viu sem esperança pela primeira vez, ele diria que foi numa manhã de Sábado, quando recebeu a ligação do hospital central de Daegu dizendo que sua mãe estava morta. Sua alma rachando quando foi forçado a ver o corpo dela naquela maca, pálido e rígido.

O jovem se arrastou pelo porcelanato com cheiro de antisséptico, o odor putrefato ardendo em suas narinas enquanto ele gritava por sua mãe, negando-se a aceitar que havia a deixado morrer. Engasgando em saliva e sangue enquanto mordia a própria boca em sua crise nervosa, experimentando de sua miséria tão intimamente que fez ruir suas estruturas.

E ele ficou ali, até que tiraram o corpo de sua mãe e apenas restaram ele e sua irmã.

Se perguntassem a Taehyung quando seu último fio se partiu, ele diria que foi numa Segunda-feira à tarde, quando encontrou sua própria irmã morta na banheira de casa, coberta de sangue e água. Quando seus pulmões queimaram no peito em seus gritos de desespero e ele sentiu o corpo dela gelado como nunca.

E ele ficou ali, sentindo os espasmos pós morte e aceitando que não havia mais ninguém além dele.

Se perguntassem a Taehyung quando ele morreu, ele diria que foi em um Domingo à noite, quando o tocaram brutalmente pela primeira vez. Ele se sentiu morrer aos poucos. Culpando-se por não reagir, culpando-se por chorar, e convencendo-se que ter sido violentado era de total e exclusiva culpa sua.

E ele não estava ali, no entanto. Era um corpo morto com coração pulsante. Apoiado em uma ilusão de vida que sequer fazia sentido.

Taehyung não queria viver. Ele estava cansado de encenar a própria força e vitalidade. Cansado de forjar e moldar suas máscaras, mas ninguém o amaria se ele mostrasse sua face cheia de cicatrizes, com remendos de cuspe e sangue seco. Então ele andava pelas ruas enquanto sua pele apodrecia aos poucos, seus ossos se tornavam rígidos e sua voz não tivesse mais som. Entretanto, o sol beijou-lhe a bochecha em uma tarde de Segunda-feira, bebendo uma mistura estranha de café e sangue, oferecendo-lhe comida e um sorriso sincero. E, pela primeira vez em anos, o coração de Taehyung bateu sinceramente.

Murmúrios × kook.tae ×Onde histórias criam vida. Descubra agora