Capítulo 15

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Marco me leva para o quarto, onde há dois homens na porta para impedir qual quer tentativa de fuga, o que me deixa seriamente frustrada. Peço para Marco buscar algo para comer, então ele chegará em breve. Inúmeras vezes eu abro a porta do quarto para ver se ele estava vindo, e os dois guardas já faziam uma barreira de forma que eu não conseguisse sair. Então para disfarçar eu perguntava as horas. Na ultima vez que perguntei era uma hora da manhã, pergunto-me o porquê da demora de Marco, não que eu estivesse preocupada com ele, é que estou com fome.

Tento pensar melhor no meu plano de fuga, mas não consigo achar brechas para ultrapassar esses dois homens enormes que estão de guarda na minha porta. Vasculho o quarto, esperançosa em achar alguma janela ou passagem secreta, mas acabo não encontrando nada. Fracassada, sem ter como participar do resgate de Cam, deito na cama.

− Voltei. – fala Marco entrando e instantaneamente me levanto. Ele trouxe algumas bolachas, salgadinhos e algumas garrafas de cerveja e refrigerante. – Eu vou indo.

− Não! – falo um pouco desesperada – Não quero ficar sozinha. – confesso, pois se ficasse sozinha tenho certeza que acabaria pensando em muitas coisas e acabaria chorando.

− Tudo bem. – diz ele se sentando no chão. Faço o mesmo, pegando as coisas que ele trouxe para comermos.

− Por que demorasse? – pergunto, apenas para criar algo para discutirmos.

− Blanc me encontrou no corredor. – fala, abrindo o pacote de biscoito.

− O que ele queria? – pergunto abrindo uma garrafa de cerveja.

− É confidencial. – ele faz uma breve pausa e sacode a cabeça – Não sabia que você bebia.

− Você falando assim me sinto com 15 anos.

− E você tem quantos?

− Dezoito. – respondo – E você tem quantos?

− Vinte e dois.

Silêncio.

− O que Blanc queria? – pergunto.

− Como eu disse, é confidencial.

− O que eu falo quando eu durmo seria confidencial, mas você contou mesmo assim. – digo, numa tentativa de fazê-lo contar.

− Meus perdões senhoria, mas não posso contar não. – diz ele, pegando a cerveja de minhas mãos e dando um longo gole. Fico de boquiaberta.

− Mas eu não tenho ninguém para compartilhar o que ele falou para você, ninguém saberia, acredite.

− Boa tentativa. – observa. Pego a bebida de sua mão e lanço um olhar confiante. – Tudo bem.

Olho para ele, um pouco desconfiada que ele fosse realmente me contar.

− Você vai. – adivinho – É isso!

− Eu queria. – admite.

− Então é o que?

− Você não gostaria muito de ir.

− Não gostaria mesmo, mas eu preciso.

− Blanc me disse que era para manter a guarda, junto com Billy e Müller. – fala ele, baixando a cabeça e pegando um biscoito. Ele está escondendo algo de mim, mas finjo acreditar.

− Então você vai me ajudar a ir atrás de Cam? – sussurro em seu ouvido.

Marco não me responde, continua com uma cara seria. Dou uma leve cotovelada nele para fazê-lo me responder.

Darkess SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora