Capítulo 16 - Cativeiro

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Dia.

Abro os olhos lentamente e com muita dificuldade, pois minha cabeça doía por completo. Olho para os lado e entro em panico, eu não estava no meu quarto. Começo observar o local tentando reconhecer, mas nada.

O lugar é uma espécie de sala ou quarto pequeno. Aqui há somente um balde, acredito que é para mim fazer minhas necessidades, e um monte de pano, onde estou deitada. O quarto é escuro devido a luz fraca no teto. Olho em direção a porta, e no chão, vejo um prato com um pão e ao lado um copo com água. Na porta havia uma espécie de portinha, acredito que é onde a comida é colocada.

Quando me dou conta, lágrimas e lágrimas estão pousadas em meu rosto. A ficha começa a cair e vejo que não é um sonho, aliás, pesadelo. Corro em direção a porta e começo a me debater contra a ela, dou socos, chutes e meu corpo começa a dar sinal de fraqueza. Grito por socorro, mas é como um grito no vácuo, um grito de esperança ofuscado pela realidade, a realidade de que, ninguém me escutaria, ninguém me ajudaria.

Derrotada, pego o pão duro e como com a ajuda da água, mas ainda estou com sede. Olho para as minhas mãos que estão sagrando e choro. Onde será que estou? Porque eu? Meu Deus! Mamãe!!! a última coisa que fiz com ela foi brigar. Papai foi viajar há pouco tempo. Meu peito começa apertar. E se essa viagem foi uma despedida ? E se eu nunca mais ver ele ? E se meu fim for aqui, trancada, morrendo aos poucos ? E o festival? Sra. Lins precisa de mim, ela acredita que sou corajosa e por isso me escolheu.

Com todos esses pensamentos martelando em minha cabeça, acabo adormecendo ali mesmo, ao lado da porta.

Dia.

Acordo com o estrondo da porta e vejo que meu almoço já esta servido, e que almoço em! Somente um pão, sem água. Sei que é tarde, pois sempre quando acordava 11h ou 12h meu corpo ficava dolorido como agora. As lembranças de casa vem e junto com elas, as lágrimas.

Continuo deitada olhando em volta e as perguntas volta. Porque eu? Quem sera que esta por trás disso? Mas essas perguntas não cabem a mim responder, infelismente!

Escuto o mesmo estrondo da porta e desperto do meu cochilo. Abro os olhos e para a minha surpresa não esta apenas dois pães e um copo de leite, mas também o meu sequestrador, ou melhor, sequestradora. Não consigo ver quem é, pois usa um capuz.

Ela abaixa, pega o meu miserável almoço, na qual não comi devido a falta de fome, e joga em minha direção.

Me arrasto e abraço minhas pernas me encolhendo no canto da parede. Me sinto tão indefesa.

Ela abaixa de novo e recolhe o meu jantar.

- Por favor.... - suplico - Estou com muita fome.

Ela apenas me olha e da uma gargalhada que me faz arrepiar, e simplesmente sai me deixando ali assustada e com fome, porém deixa algo familiar, o seu perfume. Isso! Não pode ser ela, não, não.....

A escolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora