Mia Corvere e Azriel são totalmente opostos.
Ou não.
Azriel é um espião e torturador para a Corte Noturna.
Mia é a melhor assassina da guilda.
Ela é sombras.
E ele entende as sombras.
Dois universos que irão colidir.
O destino finalmente estava do...
"Não separe com tanta precisão os heróis dos vilões, cada qual de um lado, tudo muito bonitinho como nas experiências de química.
Não há gente completamente boa nem gente completamente má, está tudo misturado e a separação é impossível.
O mal está no próprio gênero humano, ninguém presta. Às vezes a gente melhora. Mas passa... E que interessa o castigo ou o prêmio? Tudo muda tanto que a pessoa que pecou na véspera já não é a mesma a ser punida no dia seguinte.
Quem Mia será amanhã?
Haverá um amanhã?
A Corte Sombria...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Luz do sol queimava a sua pele. Ela ainda estava debaixo do céu, agora iluminado pelo calor infernal de Godsgrave. O sol pendia sem rosto. Lembrança da sua conversa com Sr.Simpático voltaram a sua mente.
Secando o suor em sua calça ela se espreguiçou. Dolorida. Suspirando. Mas ainda contente, de alguma forma. Ainda sentia em algum lugar o contentamento.
Sr.Simpático já não estava presente. Mia odiava o dia. Era a parte mais solitária para ela. Sem sombras. Sem companhia.
-Vejo que não morreu.
O velho Mercurio a observava do outro lado do telhado. Um chapéu desbotado estava sobre sua cabeça, agora já sem nenhum fio de cabelo. Com certeza o sol queimaria sua bela careca.
-Não por falta de tentativa.
Ela retrucou enquanto se levantava.
Ela o observou. Mão manchadas e olhos caídos. Envelhecido além da própria idade. E embora ela tivesse a prova do contrário incrustada na pele, por um instante achou ele frágil. Uma coisa fácil de matar.
Mercurio podia ser tudo. Menos fácil de morrer.
Talvez a Morte também não gostasse dele, como gostava dela.
Velho sortudo.
-Não vou vê-lo por muito tempo, vou?
Ela perguntou, andando em sua direção.
-Talvez jamais o veja de novo não é?
-Você sabia disso. Fez sua escolha.
-Não sei se em algum momento houve escolha de verdade.
Ela abriu o punho. Havia sobre a palma da mão o anel da guilda dos assassinos. O velho tomou a oferta e analisou o objeto com o dedo manchado de tinta. Tilintando. Manchados de sangue. Um belo anel de um belo príncipe.
