The place reflects the soul

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⁠Todos nós somos sombra e luz.

Faz parte da normalidade da vida. Mas isso não é assim para justificar atos falhos da sombra, e nem para exaltar atos dignos da luz.

 Isso é assim para que compreendamos que, saber aceitar e encarar nosso lado sombrio - para resolvê-lo - é o primeiro passo para fazer imperar nossa luz pelo mundo e para além dele.

Porém, quando você vive sobre as sombras 

a luz se torna um pequeno incômodo...

Por que vivemos na luz, e morremos na escuridão?

A Corte Sombria...

Ela costumava ouvir os fantasmas.

A morte não era nenhuma estranha em sua vida. Mas, naquele momento enquanto submergia até a superfície ela gostaria de ser uma desconhecida. As pernas tremiam. Sentia dor até os ossos. Estava com frio. Molhada. E fedendo à água suja e lamacenta. Sua bochecha estava inchada, e o lábio partido.

Mia se levantou e tirou o cabelo encharcado do rosto e olhou bem para o lugar aonde estava. Era um lago com grandes extensões que provavelmente percorria por quilômetros. Grandes árvores estavam em sua frente. Ela nunca viu nada como aquilo. Tudo ali era diferente. Nada como Godsgrave ou qualquer lugar que ela já leu nos livros.

Sr. Simpático já não estava mais com ela. O sol estava brilhando sobre a sua cabeça.

Como isso é possível? 

Mercurio a traiu.

Aquele capitão filha da puta conseguia enxergar a escuridão que fazia parte dela.

Mas como?

Aonde eu estou?

Ficando em pé ela procurou o maldito colar que esteve brilhando embaixo d'água, suas mão ainda tremiam levemente de frio. Vasculhando os bolsos molhados ela não encontrou nada. O colar estava perdido. 

-Ótimo, era tudo o que eu precisava.

Resmungando alto, Mia torceu seu casaco e o colocou sobre a cabeça. Precisava encontrar um lugar com uma grande escuridão para poder falar com Sr. Simpático. Ele certamente saberia aonde ela está. 

Ela começou a andar em direção as grandes árvores, o cheiro delas era distante de tudo que remetia normalidade para ela. Era magia. Magia que ela só viu uma vez. Enquanto pulava por um tronco ela ouviu um bater de asas. 

Era alto. Procurando de onde os sons vinham ela avistou um anjo. Suas asas eram negras como a noite. Pareciam asas de morcegos. 

Se escondendo entre as árvores ela viu o anjo aterrissar no lugar aonde ela estava até alguns segundo atrás.

Merda.

Um silêncio anormal caiu sobre a floresta. Mia quase não respirava. Tateando o coldre ela percebeu que sua adaga também havia sumido. Desarmada. E sozinha. Ela era um alvo fácil.

-Eu consigo ouvir as batidas do seu coração.

Como?

A Corte Sombria |Azriel × Mia CorvereOnde histórias criam vida. Descubra agora