Capítulo 2.

1.7K 218 233
                                    




Quando era mais novo Harry nunca pensou no amor como algo sólido. Nunca quis amar e ser amado, não sentia essa necessidade. Transava com algumas pessoas quando tinha oportunidade, usava elas para o prazer e era usado apenas para isso também. Gostava do quanto raso isso era. Sem sentimentos, sem toques e beijos, apenas dois corpos que precisavam gozar. Depois de jorrar sua porra na camisinha, se levantava e colocava a roupa. Nunca foi questionado sobre nada e nunca questionou também, todo mundo sabia que ele era assim e ninguém pedia mais dele.

Conheceu Gustave no segundo ano da faculdade quando o destino fez os seus companheiros de laboratório pegarem uma inflamação da garganta juntos - depois descobriram que ambos cabularam aula para fumar maconha - eles se sentaram e enquanto Harry fazia o relatório sozinho, Gustave o elogiou pela inteligência. Ele não ficou surpreso, era realmente muito inteligente e sereno, achava que seu cérebro e sua personalidade atraíam mais que o seu corpo musculoso. Sempre esteve certo, por mais que soasse presunçoso. Tiveram que continuar como dupla até o fim do semestre já que os seus parceiros tomaram a suspensão por serem pegos fumando na propriedade da faculdade.

Pela surpresa de Harry, se tornaram amigos. Gustave se tornou mais que um colega, o alfa de olhos verdes era cheios de colegas, mas Gustave Tomlinson se tornou realmente seu amigo. Achava o alfa de olhos azuis e cabelo liso muito dinâmico, não tinha rodeios, não se prendia em joguinhos. Quando estava triste, lhe contava o porquê e quando estava feliz lhe dizia também. Um certo dia Harry esqueceu as chaves de casa e Gustave o convidou para passar a tarde com ele enquanto esperava a mãe voltar do trabalho, aceitou rapidamente, pois tinha curiosidade sobre a vida do amigo.

Chegou na casa humilde e deu de cara com três alfas grandes na sala costurando uma fantasia. Achou engraçada a cena, nunca tinha visto alfas fazerem atividades que normalmente ômegas faziam.

'Gustave, não pense que vai se safar porque o seu amigo está aqui.' Um dos homens falava, todos eram iguais e Harry demorou para diferenciar eles: 'É ridículo termos que fazer uma fantasia para o Louis, poderíamos comprar.' O meu amigo se defendia, enquanto eu me sentava e observava o tecido 'Louis quer uma fantasia feita a mão e ele terá.' O mais velho disse e aquilo era o bastante para todos se calarem.

Começou a ter a rotina de toda tarde ir até a casa dos Tomlinson. A mãe viajava muito por conta do trabalho e os alfas ficavam responsáveis por cuidar do irmão caçula e único ômega. Durante os meses de amizade, viu o tal Louis apenas uma vez quando o mesmo faltou à escola pois pegou uma gripe. Viu ele rapidamente deitado no sofá enquanto assistia um documentário sobre suicídio. Achou macabro demais e preferiu não prestar atenção, mas o ômega prestou atenção nele, e enquanto Harry estava animado para conversar com os meninos, Louis estava deitado tendo um imprinting ainda doente.

Quando observou Louis pela primeira vez foi quando o seu imprinting aconteceu. Estava sentado na mesa da cozinha dos Tomlinson enquanto conversava com Connell sobre seguir cardiologia e o alfa mais velho lhe explicava sobre como era a faculdade de Biologia, não prestou atenção quando o ômega desceu as escadas. Seu cheiro era camuflado pelos quatro irmãos, camuflado o suficiente para ninguém notar que existia um ômega vivendo ali.

'Connell, onde está o Julian?' O ômega perguntou com a voz baixa. Harry levantou a cabeça e olhou para ele. Quando os olhos se cruzaram sentiu uma dor de cabeça forte, lembranças invadiram a sua mente. Lembranças essa que nunca tinha vivido, casamento, filhos e beijos apaixonados. O alfa precisou segurar a mesa para não cair. Sempre desconfiou que Connell soube o que aconteceu com ele ali, mas nunca tocou no assunto.

Então esperou Louis sentir o mesmo, mas não encontrava o ômega com frequência, perguntou dele algumas vezes, mas recebeu respostas curtas 'Saiu com a mamãe' 'Na casa dos amigos' 'No quarto estudando'. Mas um dia quando estava chegando na casa dos Tomlinson, viu o ômega sair com um alfa e ficou descontrolado. Deu meio volta para ir para casa e surtar sozinho, mas Gustave o viu pela janela chutando uma pobre lata de lixo, juntou tudo e lhe pediu explicações. Ele explicou e levou um soco no nariz.

Lucky Again (l.s) - abo Onde histórias criam vida. Descubra agora