Lucky Again (l.s) - abo

Capítulo 6.

Nota autora: Sei que estão acostumados com o harry e o louis sendo pais perfeitos mas nessa fic eles não são. Eles são adultos que erram e estão aprendendo, são novos com um filho adolescente e vão comentar alguns erros.

Harry se beliscou três vezes desde que acordou na cama de Louis. O primeiro beliscão aconteceu quando o ômega deu um beijo de bom dia enquanto as meninas ainda dormiam entre eles. O segundo beliscão aconteceu quando o enfermeiro preparou e serviu o café da manhã para ele. O terceiro beliscão aconteceu quando ele precisou se despedir da família para trabalhar e, antes que fosse embora, Louis o pediu para voltar ainda naquela noite, pois queria ter uma conversa com Vicente sobre a regra quebrada e sobre eles.

'Quero que ele saiba que estamos tentando de novo.' Louis disse com a voz doce, ainda vestindo um pijama, enquanto tinha as mãos cruzadas em frente ao corpo balançando para frente e para trás como forma de tentar cessar a ansiedade.

— É incrível. — A interna diz sem pensar, enquanto olha a cirurgia cardíaca pela primeira vez — Me desculpe, Doutor Styles.

— Não peça desculpas. — Harry fala com o tom de voz calmo e tranquilo — Eu falei a mesma coisa quando vi minha primeira cirurgia.

— Era uma cirurgia cardíaca? — A ômega pergunta.

— Não tive a mesma sorte que você, presenciei uma simples apendicectomia. — Todos da salam sorriem. — Sabe porque escolhi a cardio? — Harry pergunta e observa seus enfermeiros olharem para ele com carinho. Não sabe se é bajulação, mas sempre que conta a história todos parecem gostar.

— Não, Doutor. — A interna fala, olhando com admiração o médico.

— A minha esposa teve uma gravidez de risco com as gêmeas. — Todos se olham ao notar que Harry não acrescentou a palavra ex na frente e ele, sem notar o que tinha feito, continuou a história. — Lembro até hoje, quando levei Louis para o hospital às 04:35 da manhã com falta de ar. Eu estava me formando, precisava escolher uma especialização, mas naquele momento eu só conseguia pensar no meu ômega. Ele passou 5 dias na UTI e eu fiquei obcecado em vigiá-lo de noite. O aparelho ficava monitorando seus batimentos, eu só conseguia dormir com o barulho do coração dele, seu coração martelando devagar todos os dias na minha cabeça.

Harry olha para a interna e vê que a mesma tem lágrimas nos olhos.

— Quando escolhi cardiologia, só conseguia pensar no coração dele, e quando fiz minha primeira cirurgia prometi a mim mesmo que trataria cada coração como se fosse do meu querido Louis. — Harry sorri para a menina, que tem lágrimas escorrendo pelo rosto. — Foi por isso que escolhi a cardiologia.

— Desculpa, estou chorando como uma criança. — A menina diz e todos dentro da sala riem alto.

— Todos nós choramos quando escutamos pela primeira vez. — A anestesista diz, sorrindo para a jovem.

A cirurgia continua calma e Harry observa a interna com atenção. Todos os anos tenta achar um pupilo da cardiologia, alguém que ele acredite que possa ser tão bom quanto ele, alguém que carregue seus ensinamentos e, por mais que tenha gostado da jovem, não acredita que ela tenha o que é preciso para a cardio.

Harry agradece toda a equipe por mais uma cirurgia concluída e, com felicidade, vai até a família dar a boa notícia. O dia segue sossegado, com o médico apenas fazendo algumas visitas e pedindo alguns exames para as próximas cirurgias.

Em um certo momento, enquanto lê algumas burocracias do hospital em sua sala, escuta o telefone tocar pela primeira vez no dia e, ao ver o nome de Louis no visor, larga toda a papelada com um sorriso no rosto.