Toda forma de Amar - Genya × Muichirou

Doze Semanas

    Minha barriga agora já estava começando a criar aquele formato de ovo, a protuberância embaixo dela estava maior, Aoi disse que o bebê parecia estar se desenvolvendo bem. As minhas crises estavam começando a diminuir, mesmo assim era um inferno.

  Depois que Genya apareceu de supetão em minha casa, eu pedi para o meu corvo que ele me avisasse sobre todos que se aproximavam de minha residência, a fim de evitar o mesmo problema do mês passado. Mas é claro, Genya não desistiu e passou a me mandar cartas perguntando como eu estava, se eu queria algo, se eu me sentia bem.

  Minha vontade era dizer que eu estava péssimo, por sua causa... Mas também, por minha culpa, onde eu estava com a cabeça naquela hora? Malditos hormônios e aquele abdômen trincado, aqueles bíceps marcados e aquele…aquele maldito, era tudo que eu queria ser.

  Droga! Eu não sabia se sentia tesão ou inveja.

  Eu sei que eu não deveria fazer isso, mas ficar naquela casa trancado o dia inteiro estava começando a me enlouquecer. Então aproveitando que os arredores do meu território estão vazios para tomar um delicioso e relaxante banho de rio, aquilo com certeza era loucura, porém poder sentir um pouco da água gelada no corpo depois de passar dias em confinamento, era extremamente o que eu preciso.

  Coloquei minhas roupas à beira da margem, retirando a faixa que cobria todo o meu torço, ficando completamente nu. A cada passo que eu dava para dentro do rio eu sentia a água cobrir a minha barriga, um arrepio subindo a espinha.

  Não demorou muito para eu me acostumar com a água, estava tão quente hoje. Eu poderia ficar por horas, aproveitando o sol quente e a água gelada, ouvindo o barulho do rio correndo, os sons dos pássaros.

— Tokito-san! – A Voz de Tanjiro soou alta, bem próxima de mim. – Você está me-...

  Por instinto ao ouvir meu nome eu acabei me virando, meu cabelo cobria parte dos meus seios, mas eu estava completamente nu, o que foi suficiente para fazer o garoto corar da cabeça aos pés.

— MIL PERDÕES! – Tanjiro gritou, se virando de costas.

  E quando eu finalmente acho que vou passar o dia tranquilo sem derramar uma lágrima por conta do estresse, Tanjiro Kamado me aparece durante o banho. Senti as lágrimas grossas escorrerem pelo meu rosto, me levantando rapidamente, correndo com as minhas roupas em mãos.

  Senti meu corpo ser agarrado por braços fortes, me debatendo contra o corpo do homem. Eu não podia gritar, se eu gritasse minha voz sairia ainda mais fina, eu voltei a me debater contra o homem que me agarrava.

— Tokito-san! Desculpa, por favor me perdoa. – Tanjiro dizia, enquanto me abraçava.

— Me larga…por favor me deixa ir. – Pedi, me engasgando com o choro.

  Eu senti as mãos de Tanjiro descerem até a minha barriga, alisando a pequena protuberância ali.

Eu vesti as minhas roupas, Tanjiro me acompanhou até a minha casa, encontrando com Zenitsu e Aoi assustados dentro da casa. Foi uma briga curta, apesar de todos os gritos. Aoi Ameaçou Tanjiro, disse que se ele contasse sobre mim para alguém ela mesmo iria quebrar todos os ossos da cara dele, Zenitsu concordou com a Kanzaki.

  Por mais que meu medo sobre meu gênero fosse o responsável pela maioria das minhas escolhas de vida, Tanjiro Kamado teve exatamente a reação a qual eu fantasiei. O Kamado me abraçou, me fazendo chorar em seu peito.

— Está tudo bem, Muichirou. – Disse Tanjiro, acariciando meu cabelo. – Todos nós estamos com você, você é incrível por aguentar tudo isso sozinho, com certeza o homem mais forte que eu já conheci.