James se abaixou, sua mãe o beijou e o abraçou.
"Feliz aniversário, meu querido." Ela o apertou nos braços, James se deixou sentir o carinho, o amor dela. No momento sua mãe era a fêmea que ele mais amava no mundo e James não sabia se aquilo era bom ou ruim.
"Feliz aniversário, filhote!" Seu pai o abraçou apertado e o suspendeu do chão, James riu, seu pai trovejou. Seu pai era o macho que ele mais amava no mundo e sempre seria assim.
"E o Joe?" Sua mãe perguntou, James franziu as sobrancelhas.
"Ele disse que tinha algo muito importante a fazer, mamãe, mas chega antes da sobremesa." Sua mãe ficou séria.
"É mesmo?" James repassou em sua mente quando Joe tinha lhe dito isso, ele não se lembrava. E isso era estranho, James não esquecia nada.
"Deve ser mesmo importante, querida, Joe adora esse almoço." Seu pai disse, sua mãe acenou.
"É..."
Violet se aproximou com um embrulho, o beijou, ele a abraçou. Ele abriu, é claro que era um livro, ele gostou. Daisy deu um soco no ombro dele e lhe deu também um embrulho, era um filme, ele sorriu.
"Vai ter de assistir comigo e prover as pipocas." Ele disse, ela rosnou.
"Você é um saco sem fundo quando o assunto é pipoca!" Ele riu.
"Faz parte do presente." Ela balançou a cabeça.
James adorava esse almoço de aniversário, só não queria que soubessem.
Honor e Livie foram os próximos, Livie segurava o mais novo filhotinho deles, Heitor, e disse:
"Eu não tive tempo de escolher um presente, mas, bom..."
"Vai me dar a honra de ser padrinho de Heitor?" James completou por ela. Ele estava zombando. Ela sorriu.
"Isso." Livie colocou o filhote nos braços dele.
James odiava esse almoço de aniversário por que às vezes essas coisas sentimentais aconteciam e ele não sabia o que dizer.
"É uma honra." Ele disse. O filhotinho abriu os olhos, os olhos estranhos de Honor, e como Honor parecia com ele e Joe, por um momento, James pensou que um filhote seu seria parecido com aquele.
"Eu..." O filhote escolheu essa hora para soltar um pum alto e logo os olhos de James ardiam com o cheiro.
"Primeiro ato como padrinho." Honor sorriu. James olhou em volta, todos riram, Violet se ofereceu.
"Só hoje, por que é seu aniversário." Ele entregou o filhote pensando que não se importaria em trocar as fraldas de Heitor.
"Eu não me importaria, ele não pode ser pior que Sheer." James era padrinho de Sheer, mas Honor sempre passou mais tempo com ele do que James.
"Na verdade o pior foi Proud." Valiant disse.
"E Dusky, aquele safado, dizia que não podia trocar as fraldas dele por que ele é cego." Todos riram de novo, James sorriu.
"Alguém falou do meu pai?" Minerva apareceu na sala, ela beijou o rosto de James, os olhos de Pride brilharam avermelhados por um segundo.
"Parabéns. Te desejo muita felicidade no dia de hoje e para sempre." Ele sorriu.
Pride o socou no ombro no mesmo lugar que Daisy, James teve de aguentar firme.
"Parabéns, irmão. Minerva me disse para comprar isso." Pride lhe deu um pacote, James abriu e era um laptop. Não era segredo que as jóias de Pride eram caríssimas, Joe era quem geria o dinheiro dele, mas James tinha dado uma olhada, seu irmão era rico. Se se olhasse a camiseta poída na gola, ninguém saberia, mas ele era.
"Obrigado."
"É de última geração." James sorriu.
"Eu sei, muito obrigado mesmo."
"E o que você deu a ele, Honor?" Pride perguntou.
"Demos Heitor." Honor disse, Pride arregalou os olhos. Pride era mais simples, Honor era muito mais inteligente.
"Você deu seu filhote para ele?" Ele perguntou, Minerva o beijou.
"Como afilhado, Pride." Pride riu.
"Nossa! Eu quase acreditei que... É que Lily disse que vocês vão ter oito, então..." Foi a vez do pai de James rir.
"Eu estou ansioso! Oito netinhos! De um filhote só. Ser avô é melhor que ser pai."
James sorriu.
Os próximos foram Noble e Sarah, Dream e Wish. Os filhotes deram desenhos da cara de James, os desenhos estavam até bons. Noble lhe deu um CD, um de suas próprias músicas, James agradeceu. Ele adorava as músicas de Noble. A porta se abriu e Charlie entrou, a barriga veio na frente.
"James, parabéns." Ela o abraçou, James se deixou inspirar o cheiro dela e do filhote. Grávidas tocavam uma parte estranha nele.
"Sem abraçar demais, por favor." Peter disse, James sorriu. Ele e Peter juntaram as testas, Peter era seu melhor amigo.
"Cerveja na ilha mais tarde? Você leva Joe, eu levo Sil." Ele sugeriu baixinho.
"Silent?" James reclamou.
"Prefere Quinze?" Peter perguntou, James rosnou.
"Eu tenho pena de você." Peter riu.
"Você é irmão dos leãozinhos, eu é que tenho pena de você." Ele disse, os ditos leãozinhos entraram na sala. Candid e Simple vieram e o socaram. Candid no mesmo ombro que Pride e Daisy, Simple teve o cuidado de o socar no outro ombro. Simple lhe deu uma garrafa de uísque, Candid um papel dobrado.
"Sabe que não vou usar." James devolveu para ele, seu sorriso aumentou.
"Eu faço o sacrifício e aproveito o presente em seu nome. Mas pelo menos pense no caso." Candid colocou o papel no bolso dele. James balançou a cabeça.
Honest só acenou e ficou num canto, os olhos dos seus pais brilharam.
"Trouxemos Doze, não tem problema, né?" Candid perguntou a ele.
"Não, é claro que não. Fique a vontade Doze." James disse, sua mãe se aproximou dele, ele se afastou o que deu.
"Isso mesmo, fique a vontade, Doze. Minha casa é a sua casa." Ela disse, ele baixou a cabeça.
"Obrigado." Seu pai se aproximou também e deu um ruidoso tapa no braço de Doze.
"Isso! Pode até morar aqui se quiser. Aquela sua cabana é tão esquisita! Minha casa é grande, ainda mais agora que James não mora mais aqui." Honest sorriu.
"Obrigado pelo convite." Simple fez sinal para ele se sentar, James ficou observando seu irmão. Ele entendia que Honest quisesse morar sozinho, isso foi a melhor decisão de James. Mas não por que ele não quis revelar que ele era quem era. Que estava no corpo de um Nova Espécie que morreu. É claro que seus pais sabiam, ele não os deixariam sofrendo, eram apenas James, seus pais, Simple e Candid que sabiam. Honor ainda ficava triste quando falavam sobre Honest.
Eles foram para a sala de jantar, seu pai reclamando que o tio de James estava atrasado e ele estava com fome.
"Cadê o Joe?" Simple perguntou, James tentou se lembrar de quando viu Joe. De manhã. Eles tomaram café juntos.
"Ele teve algo importante, é só o que eu sei." James disse, Simple segurou o rosto dele. James ficou imóvel, os trigêmeos se beijavam e beijavam os outros, mas não ele.
"Joe!" Simple bufou.
Candid o olhou, eles trocaram um olhar e depois olharam para Honest. Honest deu de ombros, Simple largou James.
O tio V. chegou com Marianne, os gêmeos e Arnold. O filhote já foi rindo e falando com todos, ele não tinha nada da sobriedade do tio de James.
"Você queria me matar de fome? Só por que eu tenho mais filhotes?" Valiant disse e eles se sentaram a mesa.
Foi um ótimo almoço, James gostava de estar com sua família, eles o amavam, ele os amava. Só não tinha muita paciência e não gostava de multidões. Ele suspirou quando finalmente chegou a sua casa depois do almoço. Mas seu sossego não iria continuar. Os trigêmeos entraram na casa dele, sem bater e Simple foi logo dizendo:
"Joe foi no túmulo de Mary. Hoje."
James o encarou.
"Tem certeza?" Simple assentiu.
James se lembrou de Joe no almoço. Ele parecia normal, não como deveria ficar depois de ir ao túmulo de Mary. James achou aquilo estranho.
Ele recebeu os presentes com um sorriso, tinha levado Elize como convidada, os olhos de sua mãe brilharam. Elize estava bem melhor, Candid concentrou o tratamento no rosto dela, dava para ver algumas cicatrizes em seu pescoço e mãos. Ela sempre vestia roupas que a cobriam toda.
"E o que estão fazendo aqui?"
"Ele pode ter descoberto, então vamos te contar." James fez um sinal com a mão.
"Não quero saber. Mary morreu e minha história com ela acabou."
"James..." Honest começou, James abriu a porta.
"Saiam." Ele disse.
"James, você passou anos tentando encontrá-la, quando a encontrou ela tinha morrido, mas há algo que precisamos contar." Honest disse.
"Não. Saiam da minha casa. Eu não vou mais participar de suas tramóias. Eu não estou interessado, entenderam?" Simple e Candid olharam para Honest. Honest era o líder deles e aquilo era tão patético na opinião de James! Eles podiam ser gênios, cada um em sua área de expertise, mas eram crianças. Crianças cruéis. Dezenove anos ainda eram muito pouco para eles.
Ele olhou nos olhos azuis frios de Honest. Ele era o líder por que tinha coração, os outros dois não. Tanto Candid quanto Simple não tinham empatia e por isso dependiam da de Honest. Simple não se importava em matar por exemplo, Candid não se importava muito com o sofrimento que poderia causar. Honest era quem se preocupava com o depois, com as consequências.
Os olhos de Honest cederam.
"Vamos embora." Ele disse, eles saíram. James se lembrou de Pride dizendo que a casa não seria completamente de James até que os trigêmeos entrassem sem bater, como se fossem donos e James os expulsasse de lá. James finalmente entendeu.
James suspirou. Um dia de sentimentos era muito para ele e esse dia em particular foi mais sentimental do que ele esperava. Heitor dormiu no colo dele uma boa parte da tarde e o peso e o calor do filhote em seus braços lhe despertou uma consciência do quanto ele era solitário.
Mas o preço para não ser solitário era uma companheira. E ele não queria uma.
Ele pegou o número que Candid lhe deu, estava escrito Celina. James franziu a testa.
Celina não era a loira que falava demais? Ela não era uma prostituta, James buscou o cheiro dela em sua mente, era um cheiro quase intocado, pelo menos na época. Quantos anos fazia desde que ele a viu? Pelo menos uns seis.
Candid era um idiota. Era uma piada! James não ligaria para Linnie nunca!
Ele se lembrou dela contando a história de seu apelido para Honor, Honor olhava para os pés, James podia sentir a vontade de seu irmão de se enfiar debaixo da mesa.
"Então, eu sou a caçula de três irmãs. A mais velha é a Celeste, e a outra se chama Karina. E meu nome juntou o nome das duas: Celina! Não é legal?"
E ela discorreu por quase trinta minutos sobre letras e significados e no fim, James que estava na outra mesa, decidiu que por mais bonita que ela fosse e ela era muito bonita, não valia a pena. Honor escapuliu na primeira oportunidade.
Os olhos castanhos claros dela lhe vieram a mente. James se remexeu no sofá. Ela tinha uma boa estatura, era humana, mas não baixinha demais. E o corpo era forte. Ela usava um vestido modesto na ocasião e...
Candid! Ele era um desgraçado!
James discou. Pensar no corpo dela lhe acendeu um certo tesão e ele estava sem sexo a tempo demais.
"Alô?" Ela atendeu, James respirou fundo. O que estava acontecendo com ele.
"Sou James, irmão de..."
"Eu sei. Não pensei que Cam ia cumprir a ameaça, mas não vou fugir mais. Vou te mandar o endereço por e-mail." E ela desligou.
"Que porra!" James praguejou.
Se Candid estivesse brincando com ele!
Seu laptop antigo, o que ganhou de Pride seria seu novo, aquele era o antigo agora, apitou.
James anotou mentalmente o endereço, era numa das cidades próximas.
Ele tomou um banho, vestiu uma calça jeans velha, confortável e uma camiseta, não ia ir bem arrumado, ele ia verificar a conversa estranha.
Ele subiu em seu jipe e foi dirigindo devagar, e pensando. De que Celina iria parar de fugir? E teria a ver com ele?
Ele passou pelo portão escondido pegou a estrada e passou os quilômetros até o endereço revisando o serviço. Ele era mais um supervisor agora, Joe estava mais no controle de tudo que ele. Era até engraçado, James sempre foi maníaco por controle, mas acabou passando uma e outra área para a mão de Joe quase sem perceber. E estava bem com isso.
Joe dizia que ele estava inconscientemente se preparando para assumir uma família, James rosnava para ele, ele não queria uma família.
O lugar era um condomínio de classe média bem média mesmo. Os blocos de apartamentos pareciam grandes casas que foram divididas, dava a ilusão de que você estava numa casa, havia a fachada, o jardim. Mas James inspirou e cada bloco tinha quatro apartamentos. Ele tocou o interfone a porta se abriu. Ele subiu as escadas até o apartamento certo, a porta estava aberta.
James entrou, ela estava no meio da sala, ela era uma visão, ele tinha de concordar. Os cabelos loiros eram cacheados quase crespos, volumosos. Não eram muito compridos, estavam na altura dos ombros. Os quadris eram largos, ela usava uma calça apertada e uma blusa branca de botões.
"Então acabamos nos encontrando, James." Ela disse.
"Linnie." Ele disse, entrando no apartamento e caminhando até ela.
"Você se lembra do meu apelido?"
"Eu me lembro de tudo." Ele disse, ela ergueu uma sobrancelha, mas não recuou quando ele invadiu o espaço pessoal dela.
"Sua irmã mais velha se chama Celeste, sua irmã do meio se chamava Karina." Ela riu, ele sorriu. Ela tinha um cheiro gostoso.
"Sabe, vocês ainda conseguem me surpreender." Ela disse, James passou o dedo pelo lábio inferior dela, o mais cheio, mais vermelho.
"Candid me deu seu número como presente de aniversário, eu nunca imaginaria que você tinha se tornado uma prostituta."
Ela se afastou até parar por causa da parede.
"O quê?" Ela não parecia insultada, só divertida.
"É meu aniversário." James se aproximou mais. Ela sorriu.
"Feliz aniversário. Eu tenho um presente pra você." De onde estava, James podia ver o vale entre os seios dela, eles eram cheios, pareciam macios.
James ergueu o queixo dela, ela sorriu. Ele ia beijá-la e que se foda tudo se era uma brincadeira inconsequente de Cam. Ela fechou os olhos. Ele desfrutou da visão do rosto bonito, da boca carnuda entreaberta.
"Tia Linnie?" Uma vozinha disse às costas dele.
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FILHOTES DE VALIANT - JAMES E JOE - LIVRO 4
Fanfiction"Amor? O que quer saber sobre o amor?" James perguntou e ele mesmo respondeu: "Eu sei tudo o que há para se saber sobre o amor, dá para ser resumido numa única palavra: merda" E isso era o James pensava sobre o amor até que uma responsabilidade ines...