A escolhida - 21

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     Seher ajuda a sua sogra com o jantar, ela está um pouco abatida, a todo momento olha para fora, mais ele não retorna.

--- Chateada?

--- Não! Somos duas pessoas muito parecidas, ele já foi muito paciente comigo, nós dois temos os nossos monstros do passado, o meu era o meu ex esposo.  Não sei quais são os deles, ele só fala que fez coisas terríveis. A mãe sabe?

--- Talvez o medo de perde-la, sempre ficar analisando os lugares, onde pode ir.  Se estão seguros.

--- Errei em ir a casa de artesanato?

--- Lá é seguro! Já fui lá várias vezes.

--- Então ele é que está errado, estou certa em ficar chateada?

--- Cabe a você, está chateada?

--- Sim, ele foi lá e me arrastou como se eu fosse uma criança inconsequente. Não volto lá, as meninas vão pensar que meu casamento e algo tóxico.

   Quando elas estão servindo a mesa Yaman chega, pára o carro e segue para o seu quarto, Seher fica olhando, sua sogra percebendo.

---- Yaman! O jantar está servido, sua esposa está esperando!

  Ele pára, e vai até elas, Seher não olha para ele, Yaman se senta, sua mãe o serve e passa a mão nos seus cabelos.

---- Onde esteve? Foi para a cidade?

---- Precisava pensar!

    Seher se assusta, olha para ele, pensar em que? Apesar de ter certeza do amor dele, a insegurança era algo que ela não conseguia evitar, já pensava em um divórcio, ela grávida. Pensava em pedir desculpas, como sempre fez.

---- Querida, por que choras?

   Seher fica em silêncio, Yaman a encara, ela olha para ele, pensa que talvez se esqueceu de tudo muito rápido, que passou dos limites com ele. Se fosse com Kalil eles estariam trancados no quarto, seria castigada. Yaman volta a comer, quando terminam ele se levanta.

---- Vamos?

   Seher se levanta, da boa noite e sai na frente.

---- Está com medo?

---- Não!

---- Seher, por um momento eu vi aquela mulher assustada do começo.

No quarto Seher se prepara para dormir, se vira para o outro lado. Yaman se deita, de luzes apagadas eles ficam em silêncio. O silêncio dele é algo que ela já está acostumada, mais a distância não, sua pele sente falta do toque dele. Os minutos iam passando a agonia aumentava, ela procura uma posição, arruma o travesseiro, olha para ele que está com o braço sobre a testa. Olhos fechados.

--- Fique quieta, nosso filho não vai descansar.

--- Então estou errada?

--- Você acha que está?

   Yaman continua na mesma posição.

--- Não, lá era seguro, tá bom, se algo acontecesse você não estava por perto para ajudar, mais não aconteceu nada. Sei que ficou preocupado, com medo. Mais não é motivo para me tratar daquele jeito.

--- Você se distanciou!

--- Sinto muito por isso, não vai mais acontecer, quando eu for sair vou avisá-lo. Boa noite

--- Seher, sei que fui rude, poxa amor, você está grávida. Conhece o perigo, viveu isso durante um ano.

--- Não precisa me lembrar! Estou cansada.

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