Capítulo 1 -Aquela que não deve ser nomeada

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- Vossa Graça...

O duque de Manford, comumente chamado carinhosamente por sua mãe de William, mais conhecido pelos tenentes por Jones e general Manford pelos soldados de infantaria nunca imaginou que este dia de fato se concretizaria. De fato, Nicholas sabia que o irrevogável momento não poderia ser mais evitado. Não que já não tivesse obliterado a todos que tentassem casa-lo aos 30 anos.

Não estava tentado a esperar a donzela dos sonhos ou permanecer solitário pelo resto de seus dias. Mas nunca imaginou que este dia pudesse estar tão ensolarado e bonito, em meio a tantas tempestades que assolavam a região naquela época. Outro fato que se dava era que, a área que se localizava o Castelo de Guise parecia imaculada pelas guerras que assolavam a todo o país. Sendo uma região majoritariamente rural, banhada por extensos terrenos e terras férteis, o Conde de Guise estava repleto das melhores propriedades da Inglaterra.

-[...] dizem que as filha do Conde são tão belas quanto suas terras.- comenta Arthur em paralelo ao Duque sentado na carruagem que percorria ferrenhamente os campos abertos das terras de Guise, compostos por alazões brancos espalhados por todas as partes. O sol iluminava os traços fortes do duque determinado a casar-se com uma das belíssimas jovens recatadas, filhas de um dos maiores Condes do país.

-Você tem uma preferida?-questionou sem retirar os olhos das paisagens que iluminavam seus olhos para avistar o ruivo franzino sentado em sua frente.

-Creio que Frida, vossa graça. É a mais jovem, o que significa que poderá lhe oferecer maiores e mais fortes herdeiros e é de uma beleza inigualável, se não, a mais bonita das cinco irmãs!-isto chamou sua atenção, que deviou os olhos increvelmente azuis para avistar seu pequeno e inteligente criado.

-Cinco filhas?-questionou curioso passando um dos seus dedos pelos lábios pensativamente.

-Ao todo são seis filha, vossa graça. Mas o Conde apenas ofereceu a mãos de suas cinco primeiras. A primogênita sendo Cissi. Há também Margot, Célia e Julliet do primeiro matrimônio. Contudo, há Frida e Catarina do segundo casamento. São as mais jovens.

-Catarina?-testou o nome em seus lábios e gostou da forma que soou. Sorriu e franziu a testa, pensando o que havia de tão especial na sexta filha para que não a propusesse em casamentos consigo. Um dos melhores partidos de toda a Inglaterra.

-Mas isso não vem ao caso-alegou-Há boatos que a número seis nasceu defeituosa, vossa graça. A mais feia de todas as donzelas. Creio que, o Conde não quis o envergonhar oferecendo tal proposta. Em uma carta ele reçalta que Catarina parece completamente  inadequada.

Nicholas concordou sentindo a guinada da carruagem conforme paravam a frente do Castelo ladeado por vales e montanhas. Sentiu a terra fofa abraçar seus calçados e caminhou pelo vasto caminho de cascalho sentindo o perfume das flores que seguiam seu caminho. Algo como lírios e margaridas. Inumeros criados esperavam em uma fila simétrica sua presença, respeitosamente, de cabeça abaixada. Enquanto o próprio Conde, um homem velho e com grandes bochechas coradas, ao lado de sua segunda esposa sorriam alegres com a nobre presença que, até os céus se tornaram azuis com nuvens e pássaros em sua chegada.

Seus passos eram sólidos e elegantes como um próprio Rei caminharia aos seus sulditos. As cinco garotas se entre olharam e engoliram em seco simultaneamente. Compunham uma escada da mais velha a mais nova. E todas coraram com o olhar minucioso do maior homem que já avistaram. A condessa pigarreou lançando um olhar fulminante as filhas esperando que abaixassem a cabeça em respeito e assim o fizeram envergonhadas de tal displicência.

Nicholas logo reconheceu Frida por sua beleza acima da média, composta por um nariz estreito e lábios grossos. Aparência angelical e sedosos cabelos castanhos. Flores naturais colhidas pela manhã decoravam seus cabelos e o sorriso gentil agraciava suas feições e reçaltava suas sardas iliminadas natiralmente.

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